25/Mar/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve baixa nesta segunda-feira (24/03). Traders mantiveram uma postura cautelosa, de olho nos possíveis desdobramentos das disputas tarifárias entre Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros comerciais. Essas disputas podem se intensificar a partir de 2 de abril, se os Estados Unidos realmente implementarem tarifa de 25% contra produtos mexicanos e canadenses, além de tarifas recíprocas. O mercado está operando com pouco risco. A procura é por ativos com mais previsibilidade, porque as tarifas estão no radar e aumentam a insegurança. O vencimento maio da oleaginosa recuou 2,50 cents (0,25%), e fechou a US$ 10,07 por bushel.
O avanço do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras, também pressionou as cotações. A ampla oferta do Brasil no mercado de exportação foi outro fator baixista para os contratos. Segundo a AgRural, a colheita no Brasil atingiu no dia 20 de março 77% da área cultivada, em comparação com 70% uma semana antes e 69% em igual período da safra anterior. Os 77% coletados são o índice mais alto para esta época do ano desde a safra 2010/2011. Apesar disso, o tempo quente e seco continua causando danos desde meados de fevereiro para cá. Por isso, na semana passada a consultoria fez um novo corte em sua estimativa de produção de soja, de 168,2 milhões de toneladas para 165,9 milhões. A representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília elevou sua previsão de 165 milhões de toneladas para 169,5 milhões de toneladas.
As perdas foram limitadas por recompras de posições vendidas. Levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostrou que fundos de investimento elevaram suas apostas na queda dos preços de soja na Bolsa de Chicago na semana encerrada em 18 de março. A posição líquida vendida aumentou 127%, de 7.922 para 17.984 lotes. Esse forte aumento desencadeou algumas recompras de contratos nesta segunda-feira (24/03). Dados de inspeção de embarques dos Estados Unidos também impediram uma queda mais acentuada dos preços. O USDA informou que 822.214 toneladas de soja foram inspecionadas para embarque em portos norte-americanos na semana até 20 de março, aumento de 25% ante a semana anterior.