20/Mar/2025
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou nesta quarta-feira (19/03) nova revisão para o complexo da soja em 2025, com um salto na projeção para o estoque final de óleo de soja, que cresceu 129,5% em relação à estimativa anterior. A entidade agora prevê reservas de 516 mil toneladas ao fim do ano, ante 225 mil toneladas projetadas em fevereiro, com o adiamento da mistura B15 (15% de biodiesel no diesel) sendo o principal fator para essa mudança. A decisão do governo de postergar o aumento do percentual de biodiesel, que deveria ter subido de 14% para 15% em 1º de março, causou impacto direto no consumo interno de óleo de soja, que foi revisado de 10,5 milhões para 10,1 milhões de toneladas, queda de 3,8%. Se confirmado, o estoque de 516 mil toneladas ao fim de 2025 será o segundo maior dos últimos oito anos, ficando atrás apenas das 520 mil toneladas registradas em 2022.
O menor esmagamento em janeiro pode ser explicado pelo atraso da colheita no Brasil em relação aos anos anteriores. O processamento em janeiro foi de 3,27 milhões de toneladas, uma queda de 6,5% em relação a dezembro de 2024, quando ajustado pelo porcentual amostral. A produção de soja para 2025 foi revisada para 170,9 milhões de toneladas, recuo de 0,5% em relação à projeção anterior de 171,7 milhões, mas ainda representa um novo recorde para o setor. O esmagamento se manteve estável em 57,5 milhões de toneladas, assim como a produção de farelo e óleo de soja, projetados em 44,1 milhões e 11,4 milhões de toneladas, respectivamente. Nas exportações, a projeção para o óleo de soja foi elevada em 27,3%, alcançando 1,4 milhão de toneladas, ante 1,1 milhão previsto anteriormente, refletindo o redirecionamento parcial do produto que seria usado na fabricação de biodiesel para o mercado externo.
As importações de óleo foram revisadas para baixo, de 200 mil para 100 mil toneladas. Para a soja em grãos, a expectativa é que o Brasil exporte 106,1 milhões de toneladas, enquanto o farelo de soja deve atingir 23,6 milhões de toneladas, representando um crescimento de 3,1%. As importações de soja devem somar 500 mil toneladas para complementar a oferta no mercado interno. Os dados consolidados de 2024 mostram que a produção de soja encerrou o ano com 154,39 milhões de toneladas, um crescimento de 0,6% em relação à última previsão. O esmagamento foi revisado positivamente para 55,8 milhões de toneladas, aumento de 0,7%. A produção de farelo finalizou o ano em 42,6 milhões de toneladas, enquanto o óleo de soja cresceu 2,2%, totalizando 11,34 milhões de toneladas.
O crescimento expressivo das exportações de farelo de soja em 2024, especialmente frente à crescente concorrência internacional com os Estados Unidos e a Argentina, foi um dos principais fatores que explicam os resultados positivos consolidados no ano passado. Apesar do volume recorde projetado para exportações do complexo soja em 2025, estimado em 131,1 milhões de toneladas (alta de 6,3% sobre 2024), a receita com as vendas externas deve cair 4,4%, totalizando US$ 51,57 bilhões, contra US$ 53,94 bilhões em 2024 e bem abaixo dos US$ 67,32 bilhões registrados em 2023. A queda generalizada nos preços em dólar da soja em grão, farelo e óleo explica a redução na receita, mesmo com volumes maiores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.