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18/Mar/2025

Preços da soja recuam com queda do dólar no Brasil

No mercado interno de soja, os preços registraram queda entre R$ 1,00 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg nesta segunda-feira (17/03). O dólar fechou esta segunda-feira (17/03) com baixa superior a 1% ante o Real, na menor cotação desde o início de novembro do ano passado, refletindo notícias favoráveis sobre a economia chinesa, as negociações de paz para o conflito na Ucrânia e o avanço do petróleo. O dólar fechou com baixa de 1,03% frente ao Real, a R$ 5,68, a menor cotação desde 7 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,67. No ano, o dólar acumula queda de 7,98%.

A sessão foi marcada pela queda do dólar ante boa parte das divisas de emergentes e exportadores de commodities, como o Real, o peso chileno, o peso colombiano e a rupia indiana. A busca por ativos de maior risco, como ações, moedas e títulos de países emergentes, era justificada pelo otimismo trazido pela China. O gigante asiático revelou no fim de semana um "plano de ação especial" para impulsionar o consumo interno, apresentando medidas que incluem o aumento da renda das famílias e o estabelecimento de um subsídio para cuidados infantis.

Além disso, dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China mostraram que as vendas no varejo chinês aumentaram 4,0% no período de janeiro a fevereiro, contra alta de 3,7% em dezembro. A perspectiva positiva em relação à economia chinesa, somada aos receios em torno das ações dos Estados Unidos contra os Houthis do Iêmen no Mar Vermelho, importante rota comercial marítima, dava força ao petróleo nos mercados internacionais. Isso também favorecia as moedas de países como o Brasil, exportador da commodity, em relação ao dólar.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam perto da estabilidade nesta segunda-feira (17/03). O vencimento maio da oleaginosa cedeu 0,50 cent (0,05%), e fechou a US$ 10,15 por bushel. O mercado foi influenciado em parte pelo rápido avanço da colheita no Brasil e pela entrada da soja brasileira no mercado de exportação. Traders continuam atentos à guerra tarifária entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais.

A China implementou na semana passada tarifas sobre grãos norte-americanos, enquanto a União Europeia anunciou tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos. Além disso, os Estados Unidos ameaçam impor em 2 de abril tarifa de 25% contra produtos do México e Canadá, além de tarifas recíprocas. A incerteza sobre os fluxos globais de grãos a partir de 2 de abril limita novas compras na Bolsa de Chicago. Dados que mostraram menor esmagamento nos Estados Unidos também pesaram sobre os contratos.

O volume de soja inspecionado para exportação em portos norte-americanos diminuiu na semana encerrada em 13 de março. Esses fatores foram contrabalançados pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. O avanço do petróleo, que faz com que refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel, foi outro fator de suporte. O óleo de soja, que subiu mais de 1%, é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível.

No Paraná, na região de Ponta Grossa, as indicações são de R$ 135,00 por saca de 60 Kg CIF fábrica, para entrega em março e pagamento no fim de abril. No FOB, a indicação é de R$ 129,00 por saca de 60 Kg, para embarque até 30 de abril. Para a safra 2025/2026, a indicação é de R$ 140,00 por saca de 60 Kg, para fevereiro de 2026 e de R$ 138,00 por saca de 60 Kg, para março no Porto de Paranaguá. Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os compradores indicam R$ 110,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 72 horas. Para embarque em abril e pagamento no fim do mês, a indicação é de R$ 112,00 por saca de 60 Kg. Para a safra 2025/2026, ainda não há referências de preço.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.