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10/Mar/2025

Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

As negociações envolvendo soja estão mais intensas no mercado spot nacional, influenciadas pelo crescimento na oferta e pela maior presença de compradores, sobretudo externos. A maior demanda internacional pela soja brasileira está atrelada ao agravamento no conflito comercial entre os Estados Unidos e a China. O governo chinês anunciou tarifas a produtos agropecuários norte-americanos; para a soja, a taxa adicional é de 10%. Agora, os consumidores asiáticos devem se redirecionar à América do Sul, sobretudo para o Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial de soja. Como reflexo, os prêmios de exportação já começaram a subir no País.

Com base no Porto de Paranaguá (PR), o prêmio de exportação de soja está sendo ofertado em +US$ 0,85 por bushel para embarque em março/2025, o maior valor desde 2022, quando considerado o mesmo mês de embarque em período equivalente dos anos anteriores. Na semana passada, o prêmio estava sendo ofertado em +US$ 0,50 por bushel, contra -US$ 0,35 por bushel há um ano. Diante disso, o preço FOB da soja, no Porto de Paranaguá, registra alta de 2,3% nos últimos sete dias, passando para US$ 404,11 por tonelada (US$ 24,25 por saca de 60 Kg). A paridade de exportação de soja é calculada em R$ 139,76 por saca de 60 Kg para o embarque em março/2025; em R$ 141,42 por saca de 60 Kg para abril/2025; em R$ 143,23 por saca de 60 Kg para maio/2025; em R$ 144,53 por saca de 60 Kg para junho/2025; e em R$ 147,71 por saca de 60 Kg para embarque em julho/2025.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 0,9%, cotado a R$ 135,72 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1,2% nos últimos sete dias, a R$ 128,85 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços apresentam alta de 0,4% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A alta no spot nacional é limitada pela desvalorização do dólar frente ao Real.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Março/2025 da soja registra queda de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 10,14 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja tem recuo expressivo de 4,8%, a US$ 939,16 por tonelada. O contrato Março/2025 do farelo de soja apresenta valorização de 2,1% nos últimos sete dias, indo para US$ 327,49 por tonelada. Esta alta está atrelada à maior demanda externa pelo derivado norte-americano. As negociações de farelo de soja estão aquecidas, sobretudo na Região Centro-Oeste do Brasil. Uma parcela dos consumidores, que estava no aguardo da intensificação da colheita de soja, se mostra mais interessada em abastecer seus estoques. Com isso, há forte oscilação de preços dentre as regiões brasileiras.

Na média, os valores do farelo de soja registram avanço de 0,1% nos últimos sete dias. Já a comercialização de óleo de soja está lenta. Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) é comercializado a R$ 6.837,60 por tonelada, queda de 0,4% nos últimos sete dias. As atividades de campo seguem intensas, mas chuvas irregulares no Rio Grande do Sul têm preocupado os produtores do Estado. Ainda assim, as expectativas indicam que a maior produtividade nas demais regiões deve mais que compensar as possíveis perdas na Região Sul do País. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 2 de março, 48,4% da área nacional de soja foi colhida, levemente acima dos 47,3% registrados no mesmo período de 2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.