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06/Mar/2025

Guerra comercial EUA-China pode beneficiar Brasil

Segundo a Hedgepoint, a guerra comercial entre Estados Unidos e China terá impactos imediatos pequenos para a soja do Brasil, mas que podem aumentar a partir do segundo semestre, favorecendo o produtor nacional. No curto prazo, o impacto deve ser pequeno ou inexistente, pois, no primeiro semestre, as compras chinesas já migram naturalmente para o Brasil e para a América do Sul. No entanto, o cenário pode mudar no segundo semestre, quando as importações chinesas tradicionalmente se voltam para os Estados Unidos. Se as tarifas persistirem e as tensões se intensificarem, pode haver um cenário semelhante ao de 2018, com maior demanda pela soja brasileira, prêmios mais altos e preços em alta. Naquele ano, o Brasil se beneficiou ao se tornar o principal fornecedor de soja para a China.

No caso do milho, o reflexo tende a ser menor. A China não importa milho na mesma escala que importa soja. As importações chinesas de milho devem ficar em torno de 10 milhões de toneladas este ano, um volume modesto comparado aos mais de 100 milhões de toneladas de soja. Se houver mudanças no comércio de milho entre China e Estados Unidos, pode haver um pequeno desvio de compras para o Brasil, mas nada comparável ao impacto na soja. Na terça-feira (04/03), a China suspendeu a importação de soja de três exportadores dos Estados Unidos, assim como impôs tarifas a produtos agrícolas e alimentícios. A medida foi uma resposta à tarifa adicional de 10% imposta aos produtores chineses no dia anterior. Desde a eleição de Donald Trump no ano passado, esse risco de uma retomada da guerra comercial era considerado.

Quando há tensão com a China, o problema se torna mais amplo, afetando inclusive o câmbio. É improvável que os Estados Unidos imponham represálias contra o Brasil via tarifas sobre grãos. Em 2018, o governo norte-americano optou por conceder subsídios aos produtores locais para compensar as perdas causadas pelas tarifas. Mas, sendo Trump, tudo pode acontecer. Então, não dá para descartar nenhuma possibilidade. Apesar do potencial benefício para as exportações brasileiras, o cenário segue incerto. Donald Trump está subindo o tom, mas, ao mesmo tempo, também está abrindo negociações, como já ocorre com México e Canadá. Provavelmente, também negociará com a China, o que explica um certo alívio no mercado no momento, apesar da volatilidade recente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.