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06/Mar/2025

Brasil: revisões em projeções da safra 2024/2025

A StoneX reduziu sua estimativa para a safra brasileira de soja 2024/2025 para 168,3 milhões de toneladas em sua revisão de março, uma queda de 1,5% em comparação com o número divulgado no mês passado. Apesar do corte, o volume ainda configura uma produção recorde. A revisão para baixo reflete principalmente os impactos do clima mais seco no início do ano em Estados das Regiões Sul e Centro-Oeste.

Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul registraram novos cortes de produtividade, com destaque para a safra do Rio Grande do Sul, que teve redução de mais de 4 milhões de toneladas frente ao divulgado em fevereiro. Essa safra recorde de soja, mesmo que menor que o potencial inicial, tende a garantir um balanço doméstico confortável, situação que pode se alterar, a depender da oferta global, cujo foco deve mudar para o andamento da safra 2025/2026 dos Estados Unidos, que será semeada a partir de abril.

Em contrapartida, estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo registraram revisões positivas, mas não foram suficientes para compensar as perdas, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a safra caminha para ficar quase 25% menor do que no ano passado. No balanço de oferta e demanda, foi mantida a projeção de exportações em 107 milhões de toneladas, nível que seria recorde, embora o número tenda a se ajustar, dependendo da disponibilidade da oleaginosa. A demanda doméstica foi estimada em 60 milhões de toneladas, com estoques finais de 4,54 milhões de toneladas, representando uma relação estoques/uso de 2,72%.

A consultoria Céleres reduziu sua projeção para a safra de soja do Brasil em 2024/2025 para 171,6 milhões de toneladas, um corte de 2,4 milhões de toneladas em relação à estimativa de fevereiro. A revisão reflete o impacto da seca na Região Sul do País, que reduziu a produtividade no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul registrou a maior perda, de 1,3 milhão de toneladas, seguido por Mato Grosso do Sul (-0,9 milhão) e Santa Catarina (-0,2 milhão).

Apesar da redução, a estimativa de produção continua em nível recorde, 11,1% acima do ciclo 2023/2024, impulsionada pelo avanço da produtividade média nacional para 61,6 sacas de 60 Kg por hectare, alta de 9%. Mesmo com a recuperação dos preços na Bolsa de Chicago diante da quebra na Argentina, as cotações internas tiveram aumento limitado, refletindo custos logísticos elevados e a valorização do Real no curto prazo. A oferta elevada no Brasil e na América do Sul deve manter os estoques em níveis elevados, reduzindo o impacto positivo da recuperação externa sobre os preços domésticos.

As projeções para exportação e esmagamento foram mantidas em 107 milhões de toneladas e processamento de 56,5 milhões de toneladas. O estoque final foi ajustado para 5,2 milhões de toneladas, ante 1,1 milhão no ciclo anterior, elevando a relação estoque/consumo para 3,1%, contra 0,7% na safra passada. No cenário externo, uma intensificação das políticas comerciais dos Estados Unidos pode fortalecer o dólar, com impacto sobre as cotações internas da soja. A projeção é de que a tendência de preços no mercado brasileiro se mantenha neutra no curto prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.