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25/Feb/2025

Preços da soja são pressionados por safra recorde

Segundo o Rabobank, os preços da soja brasileira no mercado interno recuaram 3% em fevereiro ante janeiro, pressionados pela expectativa de uma safra recorde de 170 milhões de toneladas. Com a colheita avançando em março, a tendência é de manutenção da pressão sobre os preços nas próximas semanas, à medida que volumes maiores chegam ao mercado. O atraso inicial na colheita afetou as exportações em janeiro, que somaram 1 milhão de toneladas, 46% abaixo do volume embarcado no mês anterior. No entanto, as condições climáticas mais favoráveis têm permitido o avanço das operações no campo, e a expectativa é de que esse cenário persista nas próximas duas semanas, segundo previsões do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo. O clima favorável previsto para as próximas semanas será fundamental para o avanço tanto da colheita da soja quanto do plantio da 2ª safra de milho de 2025, que enfrenta uma janela cada vez mais apertada com a entrada de março. A expectativa do setor é que as condições climáticas ajudem a recuperar parte do atraso identificado nas operações de campo no início do ano.

Segundo o Boletim Agro do Banco do Brasil divulgado nesta segunda-feira (24/02), a safra brasileira de soja 2024/2025 caminha para um novo recorde histórico, com uma produção estimada de 166,5 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 14,9% em relação à safra anterior, apesar de uma pequena retração de 0,4% na comparação com o prognóstico divulgado anteriormente. O processo de colheita avança no País. Mato Grosso lidera o ritmo, com colheita de 47,3% da área plantada até 16 de fevereiro. Em Goiás e Mato Grosso do Sul, os percentuais colhidos são de 24,0% e 22,0%, respectivamente, enquanto Tocantins apresenta 35,0% da área colhida. As exportações de soja em janeiro de 2025 alcançaram US$ 435,5 milhões, uma retração de 70,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa queda pode estar associada a estoques globais confortáveis e expectativas de safras positivas entre os maiores produtores mundiais. No mercado internacional, os preços enfrentam pressão diante da ampla oferta.

Em dezembro de 2024, os preços dos contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago variaram entre US$ 9,80 e US$ 10,00 por bushel, atingindo o menor nível desde 2019. Para os próximos meses, o mercado deverá monitorar a evolução do clima no Brasil e na Argentina. No Rio Grande do Sul, o tempo seco afetou as lavouras, enquanto em Mato Grosso, precipitações excessivas prejudicaram tanto as lavouras quanto a colheita, o que pode diminuir o potencial produtivo brasileiro. Mesmo com as reduções nas estimativas dos Estados Unidos e Argentina, a safra 2024/2025 ainda será 6,5% maior que a de 2023/2024. Os estoques finais globais, já com os ajustes, devem ficar em mais de 124 milhões de toneladas, um percentual recorde e 10,5% acima da safra anterior. Como pontos de atenção para o futuro próximo, o BB destaca a evolução do clima no Brasil e na Argentina, possíveis revisões baixistas nas produções de Estados Unidos, Brasil e Argentina, e impactos da imposição de tarifas pelo governo Donald Trump contra a China e outros países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.