21/Feb/2025
Segundo a XP Investimentos, a nova rodada de tarifas impostas pelo governo de Donald Trump aumentou a incerteza no comércio global, mas os efeitos diretos sobre os preços da soja ainda não são claros. O cenário atual difere significativamente da guerra comercial de 2018-2019. Observa-se uma alta recente de preços, mas não por conta da guerra tarifária. Até o momento, as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos focaram nos produtos industriais, sem uma retaliação direta da China no setor agrícola. Em 2018, a China respondeu à imposição de tarifas dos Estados Unidos sobretaxando a soja norte-americana, o que derrubou os preços na Bolsa de Chicago e redirecionou a demanda para o Brasil. Agora, a estratégia chinesa é diferente. A China hoje tem estoques muito grandes de produtos e teve safras boas. Então, a China está muito melhor posicionada para não depender tanto de produtos norte-americanos.
O Brasil está no meio de uma safra recorde e precisa encontrar demanda para escoar a produção. Não é um cenário onde a demanda vem buscando o produto e não há garantia de que as tarifas levarão a uma nova escalada de preços no Brasil. O mercado não acredita muito que as tarifas teriam um efeito significativo. Nos últimos anos, a China ampliou seus fornecedores e diversificou suas importações de milho e soja, reduzindo a dependência dos Estados Unidos. Diante desse cenário, a nova guerra tarifária pode não ter o mesmo impacto de 2018 sobre os preços da oleaginosa. A perspectiva de longo prazo para o Brasil é de fortalecimento como principal exportador global de soja, mas os efeitos imediatos da guerra comercial permanecem incertos, dependendo de novos desdobramentos entre China e Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.