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20/Feb/2025

Biodiesel: impacto limitado da manutenção do B14

Segundo o Itaú BBA, a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de manter a mistura de biodiesel em 14% deve pressionar mais os preços domésticos da soja que as cotações internacionais do grão. Isso vai mudar provavelmente os preços internos, já que a indústria vai desacelerar sua necessidade. Não vai precisar de tanto óleo de soja agora para fazer biodiesel. A mudança foi inesperada e em cima da hora. Se a vontade do governo era atrasar esse aumento, poderia ter sinalizado antes, o que traria mais tranquilidade ao mercado, que já trabalhava com a expectativa do B15 a partir de março. A decisão do CNPE pode levar a um atraso nos investimentos do setor, mas não à sua paralisação. O grande mérito do programa Combustível do Futuro era dar previsibilidade.

Ao mudar esse cronograma, piora essa previsibilidade. As indústrias podem atrasar um pouco seus investimentos, mas ninguém está com a visão de que não vai subir, só que vai atrasar um pouco essa elevação. O Itaú BBA também deve revisar sua projeção de crescimento do esmagamento de soja em 2025. O mercado tinha uma previsão bem otimista para o esmagamento para esse ano, para crescer mais ou menos uns 5% frente ao ano passado. A mudança do biodiesel pode diminuir esse crescimento. Mas, a redução não será drástica. Sobre o impacto no preço do diesel, seria marginal. Seriam poucos centavos por litro. Se não for R$ 0,01 por litro que os produtores indicaram, seria R$ 0,02 por litro. Isso não parece fazer tanta diferença perto de um ambiente cheio de outras variáveis que são até mais influentes.

O mercado internacional responde mais aos problemas climáticos na América do Sul do que à decisão do CNPE. O preço internacional da soja está respondendo muito mais a problemas de produção na Argentina e na Região Sul do Brasil. Pode ter reflexo no mercado local, com um prêmio da soja e do óleo um pouco mais baixo do que ocorreu anteriormente. Isso junto com o movimento de começo da safra, com mais esmagamento, mais oferta de soja, mais oferta de farelo e óleo. Os investimentos já em andamento devem ser mantidos. Por enquanto, é só um atraso no cronograma, que foi um ‘balde de água fria’, mas não parece ser algo que vá mudar a predisposição da indústria a investir. Os investimentos que já estão acontecendo com certeza vão ser finalizados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.