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17/Feb/2025

Tendência de pressão baixista sobre preços da soja

A colheita de soja vem se intensificando no Brasil, o que tem elevado a liquidez no mercado spot nacional e também o número de negócios por contrato a termo, para entregas futuras. Ainda assim, parte dos consumidores evita comprar grandes volumes, na expectativa de preços menores no próximo mês, tendo em vista a possível safra nacional recorde. Já na Argentina e no Paraguai, o avanço das colheitas começa a evidenciar uma produção menor que a apontada até o momento. Nos últimos sete dias, os Indicadores CEPEA/ESALQ – Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ – Paraná recuaram 1% e 0,5%, com respectivos fechamentos de R$ 130,68/sc de 60 kg e de R$ 125,39 por saca de 60 kg. Na média das regiões acompanhadas, os preços caíram 0,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 0,2% no de lotes (negociações entre empresas). Na Bolsa de Chicago (CME Group), os valores também caíram nos últimos sete dias. O contrato Março/25 da soja se desvalorizou 2,6%, a US$ 10,30/bushel (US$ 22,71/sc de 60 kg).

A produção global de soja foi revisada pelo USDA no relatório deste mês em 420,76 milhões de toneladas na temporada 2024/25, ficando 0,8% abaixo do apontado em janeiro, mas 6,5% superior à temporada anterior. A diminuição se deve sobretudo às produções na Argentina e no Paraguai, que foram reajustadas respectivamente para 49 milhões de toneladas (5,8% abaixo do projetado no mês passado) e 10,7 milhões de toneladas (queda de 4,5%). O déficit hídrico na Argentina e no Paraguai nos últimos meses prejudicou o desenvolvimento de parte das lavouras da oleaginosa. No Brasil, embora as baixas precipitações no Sul, sobretudo no Rio Grande do Sul, tenham gerado expectativas de menor produtividade, os rendimentos das lavouras nas demais regiões devem compensar a média nacional. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção brasileira de soja foi reajustada para 166,01 milhões de toneladas, ligeiro 0,2% abaixo do previsto no relatório anterior, porém, 12,4% superior à safra passada e um recorde.

A produção no Rio Grande do Sul deve ser 6,1% menor nesta temporada, mas, na região Sul, de forma geral, a produção deve crescer 5,7%. No Sudeste, a Conab projeta produção da soja 21% maior nesta safra. No Centro-Oeste, estima-se aumento de 17,1% na produção de soja. Na região do Matopiba, a colheita pode crescer 10%. Quanto ao processamento global, o USDA segue apontando em 349,9 milhões de toneladas. De janeiro para fevereiro, houve alteração apenas nos dados do Brasil, que subiram para 56 milhões de toneladas. Os estoques finais seguem com previsão de alta, representando 35,5% do consumo, contra 34% na temporada anterior. O fato de a China passar a buscar alternativas mais baratas para substituir parte do consumo de farelo de soja para suínos e aves pressionou os valores do farelo de soja no mercado internacional. Ainda assim, o consumo chinês de farelo de soja para esta temporada segue estimado pelo USDA em quantidade recorde, de 80,55 milhões de toneladas.

No mercado global, a produção de farelo de soja é projetada pelo USDA em 274,58 milhões de toneladas, puxada especialmente pela necessidade de maior oferta de óleo, estimada, por sua vez, em 66,37 milhões de toneladas – ambos os volumes são recordes. Esse cenário pode gerar maior excedente de farelo de soja, enquanto a demanda por óleo de soja segue aquecida. Com isso, na Bolsa de Chicago (CME Group), o contrato Mar/25 do farelo registrou significativa queda de 4,5% nos últimos sete dias,, indo para US$ 292,70/tonelada curta (US$ 322,64/t). Na média das regiões brasileiras acompanhadas, os preços do farelo de soja recuaram 1,2%. Já o contrato Mar/25 do óleo de soja subiu 1,9%, a US$ 0,4625/lp (US$ 1.019,63/t). No Brasil, especialmente, na região de São Paulo, o óleo de soja bruto e degomado (com 12% de ICMS incluso) foi comercializado a R$ 6.667,65/tonelada, 2,6% de alta nos últimos sete dias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.