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11/Feb/2025

Biodiesel: distribuidoras pedirão “waver” para ANP

As grandes distribuidoras de combustíveis do País consideram pedir à Agência Nacional do Petróleo (ANP), um "waiver", espécie de dispensa temporária, do cumprimento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel B vendido a varejistas. A petição administrativa à ANP seria feita pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). O documento está pronto e aguarda aprovação final das presidências das empresas associadas. O Sindicom reúne hoje Vibra, Raízen e Ipiranga, além de Shell, TotalEnergies, YPF, Castrol, Iconic, Moove e Petronas Lubrificantes. O pedido de "waiver" por parte das grandes empresas do setor vem em resposta a uma suposta escalada das fraudes ligadas ao alto preço do biodiesel que, em dezembro, superou o do combustível fóssil em R$ 2,70 por litro, diferença que ficou comumente acima dos R$ 2,30 ao longo do ano. Ao não realizar a mistura, empresas regionais obtêm vantagem de até R$ 0,37 por litro em cima de empresas que observam a regra, calcula o Instituto Combustível Legal (ICL), um think tank setorial financiado por algumas das empresas reclamantes. Hoje o mandato do biodiesel está em 14% da mistura do diesel, o que deve passar a 15% a partir de março e aumentar em 1 ponto porcentual por ano até 2020, conforme previsão em lei. A movimentação feita agora, portanto, também se antecipa ao aumento do mandato em 1º de março, cujo efeito prático é tornar o descumprimento do mandato ainda mais vantajoso financeiramente.

Executivos do setor enxergam o pedido mais como um "movimento de pressão" por maior fiscalização, visto que, dificilmente, a ANP concordaria em suspender o mandato do biodiesel. Formalmente, a ideia é que o pedido de interrupção do cumprimento da mistura valha até que a agência demonstre capacidade de fiscalizar o setor. Eles ressaltam que, nos últimos meses de 2024, o trabalho de fiscalização da qualidade dos combustíveis feito pela ANP chegou a ser interrompido por falta de verba. Segundo eles, se há número tão grande de players atuando de forma irregular, é preciso rever essa fiscalização. E até lá, que se suspenda a exigência. Pelo menos até que o xerife (ANP) tenha condições de fiscalizar. A não mistura de biodiesel em porcentual adequado é só mais um dos malfeitos que garantem vantagem financeira a empresas irregulares. A lista é longa e inclui, também, sonegação fiscal e descumprimento das metas do RenovaBio, problema antigo do setor. A não compra de créditos de descarbonização (CBios), garantiria vantagem de R$ 0,04 a R$ 0,12 por litro às distribuidoras inadimplentes. Uma parte dessas frações "economizadas" são incorporadas como ganho na cadeia ilegal e outra chega às bombas, tornando o preço final mais competitivo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.