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10/Feb/2025

Óleo de Macaúba: Acelen faz 1ª extração industrial

A Acelen Renováveis, empresa de energia criada pelo fundo Mubadala Capital, anunciou a primeira extração industrial de óleo de macaúba em fluxo contínuo no Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial da companhia, o Acelen Agripark. A unidade está em construção na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. O processo, que até então era realizado apenas em ambientes laboratoriais, foi viabilizado por uma tecnologia inédita desenvolvida pela equipe de engenharia da empresa e parceiros. O novo sistema de extração permite a produção em maior escala. A tecnologia utilizada na extração do óleo de macaúba representa um marco importante para a indústria de óleos vegetais. A empresa instalou uma linha de produção com capacidade para extrair até 2 toneladas de óleo por hora, embora, no momento, o processo esteja em fase de comissionamento, ou seja, testes e ajustes de equipamentos.

Atualmente, a produção está sendo testada em volumes de aproximadamente 90 a 100 quilogramas por dia. Para o desenvolvimento da extração, a empresa está trabalhando com parceiros. Com o avanço dos testes, a expectativa é que a produção de óleo da macaúba possa ser expandida de maneira significativa, potencializando as possibilidades dessa tecnologia no mercado. A Acelen também realizou o plantio das primeiras mudas de macaúba no Agripark. Foram plantadas 85 mudas, como parte de um estudo para avaliar o desenvolvimento da planta nas condições locais. A expectativa é que milhares de mudas sejam plantadas até o final de 2025. Esse plantio faz parte de uma série de experimentos que se estenderão por 30 anos, com a previsão de milhares de mudas sendo plantadas até o final deste ano. O experimento é para ver inclusive como ela se desenvolve na janela de seca, com destaque para o regime de seca que afeta a região, no norte do estado de Minas Gerais.

Diferente da palma, por exemplo, que necessita de um alto índice pluviométrico, a macaúba tem uma boa tolerância a ambientes mais secos e ao estresse hídrico. Por ser uma planta que foi desenvolvida todo o tempo no Cerrado, desde o norte do Paraná até o Maranhão, ela já está exposta a uma condição de clima mais adversa do que um clima da região equatorial, da floresta tropical úmida, que onde se cultiva palma. Então, naturalmente, é uma planta que traz uma tolerância a variações climáticas muito mais proeminentes do que a palma. O Agripark, que começou a ser construído há um ano, terá uma área de 138 hectares, sendo 59 destinados a experimentos e áreas de controle. O centro tem como objetivo aprimorar a produção de sementes e o cultivo de macaúba, promovendo a rastreabilidade de todo o processo. No local, serão realizados diversos ensaios para testar a domesticação da planta, o manejo e a adaptação das sementes.

As plantas serão submetidas à observação de doses de fertilizantes adequadas, o manejo das folhas da planta e a densidade de plantio. Além disso, a caracterização morfoagronômica da macaúba permitirá entender seu potencial de produção de óleo por hectare, com estimativas que indicam uma média de 4,5 toneladas de óleo por hectare. O Agripark também está estruturado para realizar ensaios de germinação e desenvolvimento de protocolos próprios, além de implementar cultivos experimentais focados em melhorar a produtividade do óleo. Com um investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a inauguração do parque está prevista para o final do primeiro semestre de 2025, com a previsão de um ciclo de 15 a 20 anos para a plena maturidade do projeto. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.