07/Feb/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve alta nesta quinta-feira (06/02). O mercado foi impulsionado pelo recuo do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. O vencimento março da oleaginosa ganhou 3,50 cents (0,33%), e fechou a US$ 10,60 por bushel. Esse fator foi contrabalançado por fracas vendas externas dos Estados Unidos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores venderam 387,7 mil toneladas de soja da safra 2024/2025, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 30 de janeiro. O volume representa queda de 12% ante a semana anterior e de 40% em relação à média das quatro semanas anteriores. A China comprou 208,7 mil toneladas do total. As vendas totais ficaram mais próximas do piso das estimativas de analistas, que iam de 300 mil a 1,1 milhão de toneladas. As vendas de soja podem ser vistas como "decepcionantes".
Incertezas quanto às negociações entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, também pesaram sobre os contratos, apesar de a soja não ter sido incluída na lista de produtos a serem tarifados pela China. A China anunciou na terça-feira (05/02) que vai impor tarifas a diversos produtos norte-americanos, em retaliação à taxação de bens chineses em 10% anunciada pelos Estados Unidos. Traders estavam na expectativa de um acordo como o que foi fechado com o México e o Canadá, mas Donald Trump afirmou não ter pressa para conversar com o presidente chinês. Diante dessas incertezas, é possível que a China cancele algumas compras de soja norte-americana e dê preferência ao grão brasileiro, à medida que a oferta da América do Sul se torna mais abundante. Além disso, apesar de atrasos, a colheita no Brasil continua avançando, com um volume previsto de mais de 170 milhões de toneladas. Na Argentina, as chuvas observadas nas últimas 48 horas em áreas agrícolas melhoraram a perspectiva para as culturas.