29/Jan/2025
Segundo a StoneX, a safra de soja na Argentina enfrenta uma situação crítica e pode atingir apenas 47 milhões a 48 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, abaixo dos 52 milhões de toneladas estimadas em janeiro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O calor extremo, a falta de chuvas consistentes e os efeitos do fenômeno climático La Niña são os principais responsáveis pelo cenário de deterioração. O problema é que as chuvas têm sido muito heterogêneas. Algumas regiões receberam volumes satisfatórios, entre 50 e 70 milímetros, mas outras tiveram apenas 5 ou 10 milímetros. Isso agrava os problemas especialmente nas zonas mais produtivas, como o norte da província de Buenos Aires, o sul de Santa Fé e Córdoba.
Nas principais áreas de produção, de 50% a 60% das lavouras de soja estão classificadas como regulares a ruins, especialmente aquelas plantadas após a colheita do trigo, prática comum na Argentina, mas que já começou com pouca umidade no solo. Essas lavouras mais precoces começaram mal e praticamente não receberam chuvas adequadas em nenhum momento. Estamos em um momento crítico, e cada dia sem chuva piora ainda mais as condições. A irregularidade climática e os baixos preços internacionais têm levado os produtores argentinos a postergarem decisões de comercialização. Até agora, apenas 3,8 milhões de toneladas da nova safra de soja foram vendidas, 27% abaixo de igual período do ano passado, que já era considerado um patamar reduzido.
Além disso, foi mencionada a recente redução nas retenções de exportação (impostos cobrados pelo governo argentino). Para a soja em grão, a alíquota caiu de 33% para 26%, enquanto para derivados, como farelo e óleo, recuou de 31% para 24,5%. A regulamentação das mudanças ainda não foi publicada, e o efeito nos preços pagos ao produtor depende de como isso será implementado. A Argentina é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja, e qualquer redução significativa em sua produção pode influenciar no abastecimento global e os preços dessas commodities. Há revisões constantes nas projeções de safra. Se as condições climáticas não melhorarem, é possível que os números sejam ajustados para baixo nas próximas semanas. O clima continua sendo determinante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.