27/Jan/2025
As cotações da soja estão em baixa no mercado brasileiro, pressionadas pela entrada da nova safra (2024/2025), sobretudo no estado do Paraná, que segue liderando as atividades de campo nesta temporada. O tempo esteve mais favorável para a colheita na parte sul de Mato Grosso do Sul e no Paraná, mas as chuvas no Cerrado brasileiro atrapalharam parcialmente os trabalhos. Além disso, a baixa nos preços domésticos foi reforçada pela desvalorização cambial (US$/R$). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,3%, cotado a R$ 133,80 por saca de 60 Kg.
Vale ressaltar que as negociações no spot nacional estão abaixo dos valores apontados pela paridade de exportação, considerando-se os embarques para os próximos meses. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 128,50 por saca de 60 Kg. O menor valor nominal desde 26 de agosto de 2024. Nos últimos sete dias, as quedas são de 0,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3, a paridade de exportação de soja é calculada em R$ 139,37 por saca de 60 Kg para embarque em fevereiro/2025; em 136,81 por saca de 60 Kg para março/2025; R$ 139,21 por saca de 60 Kg, para abril/2025 e em R$ 143,91 por saca de 60 Kg para maio/2025.
Para embarque em março/2026, a paridade de exportação é calculada em patamar bem mais elevado, de R$ 149,70 por saca de 60 Kg. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da soja alcançou 1,2% dos 47,4 milhões de hectares cultivados no Brasil até o dia 19 de janeiro. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), as atividades de campo seguem mais intensas no Paraná, com 8% da área colhida, com avanço mais expressivo na região de Toledo: 50% da área colhida. Em Cascavel, 22% da área foi colhida até o dia 20 e, em Umuarama, 10%. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita segue em ritmo lento, devido ao elevado índice pluviométrico. Apenas 1,41% da safra havia sido colhida até o dia 17 de janeiro, significativamente abaixo dos 12,8% colhidos em período equivalente da temporada passada.
Os preços dos derivados de soja estão em alta, impulsionados pelas maiores demandas doméstica e externa. Os compradores brasileiros, especificamente, indicam interesse em adquirir pequenos volumes, na expectativa de cotações menores com o avanço da colheita no Brasil. Porém, pesa contra esses agentes o fato de os prêmios de exportação e os contratos futuros terem subido, sustentando também as paridades de exportação de farelo e óleo de soja. Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) está cotado a R$ 6.903,17 por tonelada, alta de 1,1% nos últimos sete dias. Quanto ao farelo de soja, os preços registram avanço de 0,4% no mesmo comparativo.
A soja voltou a ser negociada nos maiores patamares desde 26 de julho do ano passado no mercado internacional. Além das condições climáticas adversas na América do Sul, especialmente no Brasil e na Argentina, a queda do dólar, que tende a favorecer as exportações dos Estados Unidos, reforçou o suporte sobre os valores. O contrato Março/2025 da soja apresenta alta de significativos 4,6% nos últimos sete dias, a US$ 10,65 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo está cotado a US$ 347,56 por tonelada, forte alta de 7,1% nos últimos sete dias. O contrato Março/2025 do óleo de soja, por sua vez, se mantém praticamente estável (+0,2%), a US$ 992,95 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.