27/Jan/2025
Segundo a Scot Consultoria, o mercado de soja no Brasil tende a enfrentar maior pressão sobre os preços em fevereiro, com o avanço da colheita. A oleaginosa está sentindo o impacto da sazonalidade da oferta, em um contexto de expectativa de safra recorde no País e produção global elevada. A referência no Porto de Paranaguá encerrou o dia 22 de janeiro a R$ 134,50 por saca de 60 Kg, queda de 3,2% em 15 dias. A pressão sobre os preços reflete o início da colheita da safra 2024/2025, cuja produção no Brasil é estimada em 166 milhões de toneladas, 12% a mais do que no ciclo anterior, quando foram produzidas 145 milhões de toneladas. E embora a colheita avance, há desafios climáticos em diferentes regiões do País que afetam o potencial produtivo.
Na Região Sul, os produtores enfrentam períodos de estiagem prolongada, enquanto na Região Centro-Oeste o excesso de chuvas em algumas áreas gerou incertezas quanto ao rendimento das lavouras. Apesar desses problemas localizados, a projeção geral ainda é de uma safra cheia. No cenário internacional, os preços da soja na Bolsa de Chicago têm registrado alta desde a redução na estimativa de produção nos Estados Unidos, divulgada em 12 de janeiro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No entanto, o mercado brasileiro não acompanhou esse movimento de alta devido à valorização do Real frente ao dólar (o câmbio recuou de R$ 6,15 no início do ano para aproximadamente R$ 5,95) e à maior disponibilidade de soja com o avanço da colheita.
Outros fatores podem influenciar o comportamento dos preços no curto prazo, como os prêmios de exportação e as condições climáticas na América do Sul. No Rio Grande do Sul e na Argentina, a seca continua a afetar o desenvolvimento das lavouras, o que pode limitar a pressão baixista. Se os problemas climáticos na América do Sul persistirem, é possível que haja um suporte para os preços no mercado internacional. Por outro lado, a recente suspensão de importações de soja por parte da China, envolvendo cinco fornecedores brasileiros, também pode afetar negativamente os prêmios de exportação e contribuir para manter os preços sob pressão no mercado interno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.