24/Jan/2025

O Itaú BBA avalia que a suspensão temporária de embarques de soja de cinco unidades brasileiras para a China não deve persistir por muito tempo. Medidas similares têm sido adotadas pelo governo chinês nos últimos meses em relação a outros produtos agrícolas. Ainda é cedo para assumir mudanças estruturais no fluxo regular de comércio, já que esta não seria a primeira notícia sobre potenciais restrições relacionadas a importações de commodities. Nos últimos meses, o governo chinês lançou investigações sobre importações de carne bovina do Brasil e sobre importações de carne suína da União Europeia. O papel da China como importante importador global oferece algum poder de barganha para negociar preços de forma mais efetiva.

A China absorve cerca de 70% das exportações brasileiras de soja, e o Brasil deve representar 40% da produção global em 2024/2025, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), além de cerca de 60% das exportações mundiais. O cenário atual pode não ser ideal para uma proibição generalizada das importações do Brasil, especialmente diante das incertezas relacionadas a potenciais sanções na relação comercial entre Estados Unidos e China. Qualquer mudança significativa neste fluxo comercial típico poderia ter um impacto significativo na relação global estoque/uso de grãos, bem como na cadeia de fornecimento de proteína.

A suspensão temporária atinge cinco unidades de cinco empresas: Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial, desde 8 de janeiro, além de Cargill Agrícola S.A. e ADM do Brasil, desde 14 de janeiro. O Ministério da Agricultura informou que a suspensão se restringe apenas a essas cinco plantas industriais, uma de cada empresa notificada, e outras unidades seguem exportando normalmente para a China. Foi detectada a presença de soja com revestimento de pesticidas e de pragas quarentenárias nos carregamentos avaliados pelas autoridades chinesas, e o tema está sendo tratado com naturalidade, considerando que são situações passíveis de acontecer na rotina das exportações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.