24/Jan/2025
O BTG Pactual avalia que a suspensão das importações de soja de cinco empresas brasileiras pela China deve ser temporária e pode representar uma oportunidade de compra para o setor agrícola. É difícil imaginar que a China reduziria significativamente as importações de soja do Brasil por um longo período sem arriscar uma escassez de farelo de soja. A China é a maior importadora global de soja, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetando em 61% seu share nas importações totais de soja na safra 2024/2025.
Por outro lado, o Brasil é o principal exportador, responsável por 58% das exportações globais. Só em 2024 71% das importações chinesas de soja tiveram origem no Brasil. As chuvas fortes têm atrasado a colheita no Brasil, que está em apenas 1%, contra 5% no mesmo período do ano passado. Mato Grosso registra 2% ante 11% em 2024. Entretanto, há um ponto peculiar sobre as cargas embargadas: o que parece particularmente estranho é que a soja desembarcada recentemente nos portos chineses provavelmente não é da safra atual. A soja colhida este mês ainda não teria sido embarcada. É mais provável que as cargas contaminadas tenham se originado das exportações finais do ano passado.
Esta situação é altamente dinâmica e pode impactar ações relacionadas ao agronegócio. No entanto, qualquer queda acentuada no mercado como uma oportunidade de compra. A suspensão temporária atinge unidades da Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial, desde 8 de janeiro, além de Cargill Agrícola S.A. e ADM do Brasil, desde 14 de janeiro. O Ministério da Agricultura informou que a medida se deve à detecção de soja com revestimento de pesticidas e pragas quarentenárias nos carregamentos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.