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23/Jan/2025

China suspende compra de 5 empresas brasileiras

A China, maior comprador de soja do mundo, suspendeu o recebimento de remessas de soja brasileira de cinco empresas após os carregamentos não terem atendido requisitos fitossanitários. O Brasil, maior exportador da oleaginosa, suspendeu a partir de 8 de janeiro as remessas para a China da Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial. Em 14 de janeiro, a alfândega chinesa suspendeu as remessas da Cargill Agrícola S.A. e da ADM do Brasil. Havia preocupações após alguns carregamentos terem sido encontrados com contaminação química, pragas ou insetos. A suspensão pela China de compra de soja de cinco empresas brasileiras tem caráter fitossanitário, segundo fontes que acompanham o assunto. De acordo com elas, a alfândega chinesa detectou materiais estranhos em cargas enviadas pelo Brasil.

O governo brasileiro está a par do tema, tendo sido informado do deslistamento das empresas da lista de estabelecimentos aptos a exportar o grão para o país asiático pelo Departamento de Alfândegas da China (GAAC). A avaliação inicial é de que se trata de uma rotina comum de avaliação. Agora, as empresas devem apresentar à GACC, por meio do Ministério da Agricultura, um plano de ação para eliminar esses possíveis resíduos químicos, de insetos e pragas nas cargas e garantir o cumprimento dos protocolos sanitários. A retomada da habilitação dos exportadores, assim como ocorre com os frigoríficos, depende do aval da GACC. Mas há sinais que o embargo deve ter curta duração. A expectativa é de que os embarques possam ser retomados por essas empresas em cerca de dois meses após o envio do plano de ação.

O Ministério da Agricultura confirmou, em nota, que o governo brasileiro recebeu da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) duas notificações sobre a detecção de não conformidades em cargas de soja exportadas por cinco unidades de empresas brasileiras. Na nota, o ministério esclareceu que cinco empresas foram notificadas, mas a suspensão se restringe apenas a cinco plantas industriais, uma de cada empresa notificada. Outras unidades das empresas notificadas seguem exportando normalmente para a China, sendo as suspensões válidas apenas para as cinco unidades oficialmente notificadas. Portanto, os volumes negociados pelo Brasil não serão afetados em função desta suspensão temporária destas cinco unidades notificadas. A manifestação da Pasta ocorre após a reportagem da agência Reuters ter mostrado que a China suspendeu o recebimento de remessas de soja brasileira após os carregamentos não terem atendido aos requisitos fitossanitários.

De acordo com o ministério, a não conformidade das cargas foi detectada em monitoramentos de rotina realizado pela China nos produtos importados. Foi detectada a presença de soja com revestimento de pesticidas e de pragas quarentenárias nos carregamentos avaliados pelas autoridades chinesas. O intercâmbio de informações sobre os resultados dos monitoramentos de produtos importados entre Brasil e China faz parte da rotina das ações de fiscalização, destacando os sólidos canais de comunicação, transparência e confiança existentes entre os dois países. A Pasta destacou ainda que a suspensão temporária das cinco unidades foi comunicada pela GACC previamente ao governo brasileiro. De forma a viabilizar uma investigação rápida e eficaz por parte das empresas envolvidas e pelo Mapa, as unidades notificadas das 5 empresas foram suspensas temporariamente, sendo que as ações para avaliação dos casos já se encontram em curso.

O Mapa possui expectativa do recebimento, na maior brevidade possível, dos planos de ação das empresas envolvidas para demonstrar os procedimentos adotados para evitar novas ocorrências das não conformidades detectadas pelos chineses, informou o ministério. Conforme a nota, em paralelo, o ministério vai intensificar a fiscalização nos embarques de soja do Brasil para a China. A partir das ações adotadas, o governo vai repassar as informações para avaliação das autoridades chinesas e solicitará a imediata revogação da suspensão temporária em vigor das cinco unidades das empresas envolvidas. O tema está sendo tratado com naturalidade, considerando que não conformidades, como as indicadas pelo lado chinês, são passíveis de acontecer na rotina das exportações e ações para correção de eventuais desvios são sempre importantes para o fortalecimento das relações de confiança entre os países, concluiu o ministério. Fontes: Reuters e Broadcast Agro.