15/Jan/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (14/01). O mercado passou por correção após ter acumulado ganho de 5,40% nas duas sessões anteriores, na esteira de dados de produção e estoques nos Estados Unidos que vieram abaixo das expectativas de analistas. O impacto do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado no dia 10 de janeiro, parece já estar se enfraquecendo. O vencimento março da oleaginosa caiu 5,50 cents (0,52%), e fechou a US$ 10,47 por bushel. A perspectiva de uma safra robusta no Brasil também pesou sobre as cotações. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção no País em 166,33 milhões de toneladas, o que representa aumento de 12,6% ante a temporada 2023/2024. A AgResource elevou sua estimativa de 170,04 milhões de toneladas para 172,07 milhões de toneladas.
O retorno do La Niña pode afetar a qualidade das lavouras, principalmente nas áreas mais tardias ou replantadas, mas o avanço das chuvas sobre a Região Centro-Norte do Brasil pode compensar possíveis perdas pontuais em alguns Estados. A escassez de chuvas na Argentina, por sua vez, ainda é motivo de preocupação e impediu uma queda mais acentuada dos preços. Segundo a Pine Agronegócios, se não vierem chuvas no final deste mês e em fevereiro, pode haver redução significativa na produção da Argentina. As perdas também foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. De acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil deverá embarcar entre 1,80 milhão e 2,58 milhões de toneladas de soja em janeiro.
Uma nova venda avulsa do grão norte-americano para a China foi outro fator de suporte. Segundo o USDA, exportadores dos Estados Unidos relataram venda de 198 mil toneladas de soja para a China, com entrega no ano comercial 2024/2025. Na segunda-feira (13/01), já tinha sido anunciada uma venda de mesmo volume para o país asiático, levando o total para 396 mil toneladas em dois dias. A China antecipou compras de soja dos Estados Unidos diante de incertezas quanto às políticas comerciais do presidente eleito Donald Trump, que prometeu uma postura mais dura em relação ao comércio internacional. A Total Farm Marketing prevê ajustes de posição em várias commodities nesta quinta-feira (16/01) e na sexta-feira (17/01), antes do fim de semana prolongado nos Estados Unidos e da posse de Donald Trump, na próxima segunda-feira (20/01). Os mercados nos Estados Unidos permanecem fechados na segunda-feira (20/01) devido ao feriado do dia de Martin Luther King Jr.