13/Jan/2025
Otimistas, os produtores de muitas regiões do Brasil iniciaram a colheita da soja da safra 2024/2025, que, vale lembrar, deve ter produção recorde. Diante disso, os valores de negociação da oleaginosa estão pressionados, mas o movimento de baixa foi limitado por sinais de menor oferta na Argentina e por incertezas referentes ao dólar e ao posicionamento do novo governo dos Estados Unidos quanto à imposição de taxas de importação e exportação. No geral, observa-se maior liquidez no mercado físico nacional de soja, sobretudo para completar cargas de contratos a termo. No campo, as primeiras áreas de soja foram colhidas na região norte de Mato Grosso, no oeste da Bahia e no oeste do Paraná. Enquanto as lavouras do Cerrado brasileiro apresentam produtividade considerada muito boa, pois muitas áreas são irrigadas, no oeste do Paraná, o rendimento está um pouco abaixo do esperado, tendo em vista que os talhões colhidos são de variedades precoces e cultivados no sistema sequeiro e que, vale lembrar, passaram por problemas hídricos no início de desenvolvimento vegetativo.
Chuvas abundantes estão sendo verificadas em diferentes regiões do Cerrado, enquanto já há relatos de escassez hídrica em parte do oeste do Paraná e do sul de Mato Grosso do Sul. Esse cenário pode adiantar as atividades de colheita de soja, mas atrasar o cultivo de milho 2ª safra de 2025. Na Argentina, o déficit hídrico deixou agentes de mercado em alerta. Entretanto, as estimativas ainda apontam para uma boa safra e, inclusive, possibilidade de esmagamento recorde no país. Maiores volumes de farelo e de óleo de soja na Argentina podem impactar as transações externas destes derivados do Brasil. Com base no Porto de Paranaguá (PR), o prêmio de exportação de soja para embarque em fevereiro/2025 foi ofertado pelo comprador +US$ 0,10 por bushel; e, pelo vendedor, a +US$ 0,17 por bushel, sendo os menores valores desde 13 de maio do ano passado, considerando-se o embarque de primeiro vencimento. Ainda com base no Porto de Paranaguá, a paridade de exportação foi calculada em R$ 135,88 por saca de 60 Kg para fevereiro/2025; em R$ 133,61 por saca de 60 Kg para março; em R$ 135,61 por saca de 60 Kg para abril; e em R$ 143,92 por saca de 60 Kg para junho.
No spot nacional, na parcial de janeiro, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,3%, cotado a R$ 137,53 por saca de 60 Kg. Entretanto, o valor médio neste início de ano está 0,8% superior ao de janeiro/2024 (R$ 136,01 por saca de 60 Kg), em termos reais (IGP-DI de dezembro/2024). A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 2,6% na parcial de janeiro, a R$ 131,19 por saca de 60 Kg. A média de janeiro/2025 está 2,1% acima da de janeiro/2024. Na parcial de janeiro, os preços registam queda de 4,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). As negociações dos derivados de soja estão lentas. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) é negociado à média de R$ 6.911,78 por tonelada, queda de 1,2% ante o último dia útil de dezembro.
Entretanto, o preço médio neste início de ano está 28% acima do verificado em janeiro/2024, em termos reais. As cotações do farelo registram baixa de 0,2% na parcial de janeiro. A média mensal atual está 16,6% inferior à de janeiro/2024, em termos reais. Os contratos futuros da soja estão pressionados, mas a queda é limitada pela expressiva valorização do óleo de soja, que, por sua vez, foi impulsionado pela significativa alta no preço do petróleo. Na Bolsa de Chicago, o contrato Janeiro/2025 da soja apresenta queda de 0,6% nos últimos sete dias, a US$ 9,92 por bushel. No mesmo período do ano passado, o contrato de primeiro vencimento da soja estava sendo negociada acima dos US$ 12,00 por bushel. O contrato Janeiro/2025 do óleo de soja tem valorização de significativos 6,3% nos últimos sete dias, a US$ 932,10 por tonelada. Porém, esse valor está abaixo do verificado há um ano. Diante da significativa valorização do óleo, os contratos de farelo de soja registram recuo, visto que a firme demanda pelo óleo pode intensificar o esmagamento e resultar em maior oferta de farelo. O primeiro vencimento está cotado a US$ 321,65 por tonelada, queda de 5,1% nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.