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13/Jan/2025

China-EUA: guerra comercial pode derrubar preço

Segundo a S&P Global Commodity Insights, os preços da soja norte-americana podem cair abaixo de US$ 9,00 por bushel em 2025 caso uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China se concretize após o retorno de Donald Trump à presidência. A China, que responde por cerca de 60% das importações mundiais e 54% das exportações americanas de soja na safra 2023/2024, deve retaliar eventuais tarifas impostas por Trump mirando especificamente o grão, principal produto agrícola exportado pelos Estados Unidos ao país asiático. A China está mais bem preparada para um conflito comercial do que em 2018.

Os estoques chineses de soja cresceram 21% desde 2018/2019 e hoje representam quase 50% do consumo doméstico, resultado da combinação entre desaceleração da demanda chinesa e expansão da produção brasileira. O processamento de soja na China cresceu apenas 1% ao ano desde 2018/2019, ante média de 9% na década anterior, reflexo da queda na taxa de natalidade, envelhecimento populacional e desaceleração econômica geral.

Simultaneamente, a produção brasileira deve alcançar 175 milhões de toneladas este ano, volume 45% superior às 120,5 milhões de toneladas colhidas em 2018/2019. A combinação de menor crescimento da demanda, maiores estoques e oferta crescente do Brasil cria uma situação em que a China pode se dar ao luxo de cortar completamente os Estados Unidos, algo que não era possível há seis anos. Durante a campanha presidencial de 2024, Donald Trump prometeu impor tarifas severas à China, que variam entre 60%, 100% e até 200% sobre produtos chineses, além das já aplicadas em 2018 e 2019 que em grande parte continuam vigentes.

O principal risco para esta projeção seria a ocorrência de problemas climáticos na América do Sul, que poderia limitar a produção e exportação brasileira, forçando a China a recorrer à soja americana mesmo com tarifas, como ocorreu em 2018/2019. Outro fator seria um eventual atraso na implementação das tarifas por Trump, cenário considerado menos provável por causa da postura linha-dura do presidente eleito em relação à China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.