13/Dec/2024
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra de soja 2024/2025 em Mato Grosso consolidou o sistema financeiro como principal fonte de financiamento, superando os recursos próprios dos produtores. O financiamento totalizou R$ 50,27 bilhões, com o sistema financeiro respondendo por 30,50% do total, em comparação com 16,72% na safra anterior. A maior dependência de crédito externo reflete o cenário de baixa rentabilidade da soja, que levou os produtores a buscarem alternativas em bancos e outras instituições financeiras.
A participação dos bancos com recursos federais também cresceu significativamente, de 4,12% para 8,69%, impulsionada pelas taxas de juros mais atrativas dessas linhas. Os recursos próprios dos produtores caíram para 18,85%, ante 31,58% na safra anterior. Essa é a menor participação registrada em anos recentes e foi atribuída à dificuldade de comercialização da oleaginosa, além das margens reduzidas. As ferramentas de crédito como CPRs e barter ganharam ainda mais relevância para mitigar os custos e tornar viável a produção. As multinacionais e revendas, que historicamente desempenham papel importante no financiamento, também registraram queda. As multinacionais reduziram sua participação para 28,85%, enquanto as revendas recuaram para 13,11%.
Ambas as quedas refletem maior rigidez nas condições de crédito, com maior aversão a riscos. A área plantada em Mato Grosso cresceu 3,60%, totalizando 12,66 milhões de hectares, mas o custo médio por hectare caiu para R$ 3.969,90, por causa da queda nos preços de insumos como fertilizantes (-4,71%) e defensivos (-10,90%). Em compensação, os custos com serviços mecanizados aumentaram 18,18%, refletindo maior demanda por operações terceirizadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.