03/Dec/2024
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta segunda-feira (02/12), com o mercado de olho na safra do Brasil e no avanço do seu plantio. O vencimento janeiro da oleaginosa ganhou 4,25 cents (0,43%), e fechou a US$ 9,85 por bushel. A AgRural informou que a área estimada com soja na safra 2024/2025 estava 91% plantada no País até o dia 28 de novembro, em comparação com 86% uma semana antes e 85% no igual período do ano passado. A consultoria Céleres estimou que a safra de soja 2024/2025 no Brasil deve atingir recorde de 170,8 milhões de toneladas. Apesar de atrasos no início do plantio, o ritmo foi acelerado em novembro, superando em 13% o registrado no igual período da safra anterior e em 3% a média histórica. A normalização da janela de plantio, inclusive para o milho 2ª safra de 2025, reforça as perspectivas de uma safra cheia.
O volume supera as projeções de 166,14 milhões de toneladas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de 169 milhões de toneladas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A StoneX reafirmou sua estimativa de produção recorde para a safra de soja 2024/2025 no Brasil em 166,2 milhões de toneladas. Com o plantio praticamente concluído e em ritmo mais avançado do que no ano anterior, a consultoria mantém o otimismo em relação ao desempenho da cultura no País. Apesar das condições favoráveis na maioria das regiões, o clima ainda requer atenção, principalmente na Região Sul do País, o que pode ter reduzido a pressão de queda. Nas últimas semanas, algumas áreas da Região Sul registraram uma umidade mais baixa, gerando alguma preocupação, mas as chuvas mais pesadas retornaram e as previsões continuam indicando bons volumes de precipitação.
No balanço de oferta e demanda, a StoneX revisou para cima as exportações de soja do ciclo 2023/2024, agora estimadas em 99 milhões de toneladas, motivadas pelo volume expressivo já embarcado até o momento. Para 2024/2025, as exportações foram projetadas em 103 milhões de toneladas, refletindo o aumento esperado na oferta. Caso a safra se confirme nos níveis estimados, o mercado deve alcançar uma situação de maior equilíbrio, com estoques finais projetados em 6,1 milhões de toneladas, superior aos 2,1 milhões previstos para o ciclo atual. Ainda segundo a StoneX, a relação estoque/uso, indicador que mede a disponibilidade relativa do grão, deve subir para 3,74% em 2024/2025, ante 1,35% em 2023/2024, reforçando o cenário de maior folga no abastecimento.
Além disso, a oleaginosa também pode ter sido pressionada pela declaração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou, no fim de semana, os países membros do Brics com a imposição de "tarifas de 100%" aos seus produtos caso tentem criar uma nova moeda que afete o domínio do dólar. Mesmo que ninguém em sã consciência acredite que isso possa ser colocado em prática, as declarações de quem vai presidir os Estados Unidos a partir do dia 20 de janeiro de 2025 geram sempre reações. Os limites para quedas mais expressivas ocorrem em virtude da boa demanda pelo grão dos Estados Unidos. O USDA reportou uma venda avulsa de 134 mil toneladas de soja para a China, com entrega em 2024/2025. O volume de soja inspecionado para exportação em portos norte-americanos diminuiu 1,37% na semana, para 2,088 milhões de toneladas.