03/Dec/2024
Segundo análise da Céleres, a safra de soja 2024/2025 no Brasil deve atingir recorde de 170,8 milhões de toneladas. Apesar de atrasos no início do plantio, o ritmo foi acelerado em novembro, superando em 13% o registrado no mesmo período da safra anterior e em 3% a média histórica. A normalização da janela de plantio, inclusive para a 2ª safra de 2025, reforça as perspectivas de uma safra cheia. As condições climáticas são apontadas como fator determinante para a safra. O regime climático de neutralidade, com ausência de impactos significativos de La Niña ou El Niño, garante um cenário estável para os principais Estados produtores, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
No entanto, a Região Sul apresenta projeções menos favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, onde os volumes de precipitação podem ficar abaixo da média, exigindo maior atenção na condução das lavouras. A expectativa de uma safra cheia reflete a continuidade de aplicação de tecnologias avançadas no campo. Com um pacote tecnológico similar ao da safra 2023/2024, a produtividade deverá se manter dentro da normalidade, consolidando o potencial de oferta recorde. O volume exportado deve atingir 107 milhões de toneladas, mas há desafios logísticos. A necessidade de escoamento de um volume tão alto tende a elevar os custos de frete no período de colheita, impondo maior pressão sobre a rentabilidade do produtor. A previsão é de que haja pressão nos preços da oleaginosa, interna e externa.
A oferta recorde, combinada com fatores cambiais, coloca a taxa de câmbio como protagonista na formação dos preços durante o ciclo. As margens agrícolas dependerão mais de ganhos de produtividade do que de valorização de preços, reforçando a importância de um controle rigoroso de custos e eficiência operacional ao longo de 2025. O comportamento climático nos próximos três meses será decisivo para a consolidação das expectativas. O cenário projetado para a Região Centro-Oeste é positivo, enquanto a Região Sul deve monitorar as condições de precipitação para evitar impactos maiores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.