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27/Nov/2024

Coamo está otimista para safra de soja 2024/2025

A Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, está otimista com a safra 2024/2025, apesar dos desafios enfrentados pelos produtores devido à queda nos preços da soja e à estabilidade da demanda global. O preço médio de fixação da soja caiu de R$ 135,00 por saca de 60 Kg para R$ 115,00 por saca de 60 Kg ao longo do ano, em meio a um cenário de mercado adverso. O produtor não gosta de grandes flutuações e passou por dois anos de muita pressão financeira. Essa redução de preços, combinada com uma safra de verão (1ª safra) menor, gera frustração e limita a capacidade de investimento.

Apesar disso, a cooperativa projeta um ano mais positivo para 2024/2025. A safra será melhor, com as empresas em situação financeira mais confortável e maior estabilidade nos preços. No entanto, é necessário manter atenção à demanda global, que tem mostrado sinais de estagnação. A China, principal mercado de exportação de soja brasileira, manteve estáveis suas importações nos últimos anos, com volumes entre 98 e 102 milhões de toneladas anuais desde 2019. O crescimento exponencial visto nos 20 anos anteriores não se repetiu.

Hoje, o consumo per capita de proteína animal na China já é maior que no Brasil, e não tem um novo grande mercado consumidor surgindo no curto prazo. Com essa perspectiva, o setor de biocombustíveis é uma alternativa estratégica para absorver a crescente produção agrícola brasileira. O biodiesel e o etanol de milho são caminhos importantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a construção de fábricas voltadas para o processamento de óleo tem mudado o mercado, e o Brasil tem condições de seguir essa trajetória, aumentando o esmagamento e aproveitando oportunidades nesse segmento.

Para mitigar os impactos das margens apertadas no mercado de commodities, a Coamo tem reforçado sua estratégia de verticalização da produção. A cooperativa processa metade das 6 milhões de toneladas de soja recebidas anualmente em três indústrias, transformando grãos em produtos de maior valor agregado, como óleo refinado, margarina e gorduras vegetais. Essa verticalização viabiliza novos negócios para o cooperado. Ele deixa de ser apenas um vendedor de grãos e passa a fornecer produtos industrializados. Este ano, por exemplo, a remuneração no esmagamento foi 10% superior à do mercado de grãos. A estratégia é um diferencial em um mercado de margens estreitas.

Outro foco da cooperativa é a expansão de sua capacidade de armazenagem, que deve passar de 5 para 7 milhões de toneladas. Essa ampliação não apenas responde à demanda crescente, mas também oferece aos cooperados maior flexibilidade na comercialização de suas produções. Apesar disso, é importante alinhar o crescimento da produção à capacidade de absorção dos mercados. Não basta dobrar a produção se não tiver um mercado comprador. É preciso crescer analisando para onde essa produção pode ir. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.