08/Nov/2024
Os produtores agrícolas dos Estados Unidos estão se preparando para a perspectiva de uma nova guerra comercial sob o comando do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que atingirá novamente as exportações de produtos agrícolas para a China, mas embora qualquer nova tarifa seja prejudicial, eles se sentem mais bem preparados. Vários produtores norte-americanos de safras que vão de amêndoas a soja estão na China esta semana para a China International Import Expo (CIIE), um evento destinado a incentivar as compras de importação e para se reunir com autoridades. O setor ainda está se recuperando das tarifas de até 25% que a China impôs às importações agrícolas dos Estados Unidos, de soja a sorgo, durante a guerra comercial de 2018, em retaliação às tarifas impostas pelo governo Trump.
A China é o maior mercado para os produtos agrícolas dos Estados Unidos e é seu maior cliente de soja, a principal exportação para a China, mas vem reduzindo suas compras. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações agrícolas norte-americanas para a China caíram 24% no ano passado, para US$ 29,1 bilhões. Espera-se que esse valor caia ainda mais este ano, mas a China continuará sendo um mercado importante. O USDA afirmou que essa é uma preocupação. Mesmo nos últimos dois anos, os Estados Unidos reconhecem o potencial de ruptura no comércio entre os dois países, de modo que muitos dos esforços do governo norte-americana foram direcionados para a diversificação de mercados. Donald Trump, que conquistou a vitória na eleição presidencial desta semana, ventilou uma tarifa geral de 60% sobre os produtos chineses, com a expectativa de que as exportações agrícolas norte-americanas sejam novamente o foco principal da retaliação da China.
O setor agrícola dos Estados Unidos tem procurado se expandir para o Sudeste Asiático, África e Índia, e além dos grãos a granel para produtos de valor agregado, mas o tamanho e o apetite da China são difíceis de substituir. O U.S. Grains Council afirmou que o setor se posicionou de forma a mitigar os riscos da guerra comercial. Os agricultores sabem que há riscos, como aconteceu com a guerra comercial de 2018. A vitória eleitoral de Trump fez com que os contratos futuros do farelo de soja e do farelo de colza da China subissem nesta quinta-feira (07/11). Para a AmCham Shanghai, a percepção é de que quase tudo está sobre a mesa. Mas, a expectativa é de que a área de alimentos e agricultura pode ser segura para todos. Fonte: Reuters Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.