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04/Nov/2024

Danone reafirma que não há restrição à soja brasileira

A presidente da Danone para a América Latina, Silvia Dávila, divulgou na sexta-feira (1º/11) nova nota de esclarecimento na qual reafirma não haver restrições à compra de soja brasileira na cadeia de suprimentos da empresa. Foi a terceira manifestação da companhia sobre o tema em uma semana. "Reafirmamos que não há medidas restritivas na compra de soja brasileira na cadeia de suprimentos da Danone em todo o mundo", diz na nota, acrescentando que "a informação circulada sobre este tópico não é precisa" e que a soja brasileira "é um insumo essencial para nossos produtores de leite". "Isso se aplica não apenas à cadeia de suprimentos brasileira, mas também a outros países onde operamos", complementa o texto. Silvia Dávila, que também integra o Comitê Executivo Global da Danone, havia se manifestado na quarta-feira (30/10), em uma nota mais extensa na qual reconhecia o notável compromisso do governo brasileiro em preservar as florestas locais.

A nova declaração ocorreu após uma onda de críticas no Brasil, desencadeada por declarações do diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, que, em entrevista à Reuters, sugeriu que a empresa estaria optando por fornecedores asiáticos de soja em antecipação à legislação de combate ao desmatamento da União Europeia, a EUDR, que deveria entrar em vigor em janeiro de 2025. A polêmica provocou reações imediatas de produtores brasileiros e de autoridades do setor agrícola. Na terça-feira (29/10), a filial brasileira da Danone já havia divulgado um primeiro comunicado, assinado pelo presidente Tiago Santos, negando qualquer interrupção nas compras de soja nacional. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) classificou a postura da Danone como um ato discriminatório contra o Brasil e sua soberania. A entidade argumentou que os produtores brasileiros são os únicos no mundo que preservam o meio ambiente para o Brasil e para a humanidade, citando as exigências do Código Florestal.

O Ministério da Agricultura também se manifestou, afirmando que o Brasil não aceitará restrições desproporcionais a produtos brasileiros e criticando posturas consideradas "intempestivas e descabidas" por parte de empresas europeias. A Pasta destacou que o País atinge "altos padrões" de sustentabilidade e mantém compromisso com comércio justo e ambientalmente responsável. Mas, mesmo após a resposta da filial brasileira da Danone ter afirmado que a multinacional continua comprando soja do Brasil, nem todos estão convencidos. Líderes do movimento de boicote a produtos da companhia querem que a matriz na Europa, de onde veio a fala de seu diretor que não compraria mais o produto brasileiro e sim da Ásia, responda se a filial vai comprar ou não a soja brasileira. A campanha de boicote vai seguir até uma resposta se a Danone da Europa vai comprar ou não. Está em análise uma medida judicial de reparação pelos prejuízos na imagem do Brasil no exterior. Fontes: Broadcast Agro e O Globo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.