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31/Oct/2024

Perspectivas da safra brasileira de soja 2024/2025

O Rabobank projeta que a safra brasileira de soja em 2024/2025 deverá atingir o recorde de 167 milhões de toneladas, uma alta de 9% sobre o ciclo anterior, impulsionada por um crescimento de 1,5% na área plantada, que deve somar 47 milhões de hectares. O produtor ainda consegue extrair receita com essa cultura, mesmo que o crescimento seja mais modesto do que nos últimos anos. A expectativa é que as condições climáticas contribuam para melhorar a produtividade. A última safra foi marcada por desafios climáticos, especialmente em Mato Grosso. Este ano, o clima deve voltar a uma neutralidade. As exportações brasileiras de soja em grão devem alcançar 103 milhões de toneladas em 2024/2025, um aumento de 8,5% em relação ao recorde anterior. A competitividade do produto brasileiro é fortalecida pelo câmbio.

A situação cambial tem deixado o Brasil competitivo frente a outros produtores importantes, como Estados Unidos e Argentina. Esse cenário deve manter os estoques internos em níveis baixos, mesmo com uma produção elevada. Mesmo com o aumento da produção, será mais um ano em que o Brasil não deve carregar muita soja. Com o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel de 14% para 15% a partir de março de 2025, o Rabobank projeta um acréscimo no esmagamento doméstico, que deve subir de 55 milhões para 56 milhões de toneladas. Esse aumento vai favorecer o consumo interno de óleo de soja e reduzir a disponibilidade para exportação. Ressalta-se a continuidade da tendência observada desde 2023/2024, quando as exportações de óleo diminuíram em resposta ao crescimento da mistura. A expectativa é que o volume exportado de farelo de soja continue em alta, favorecido pela oferta adicional no mercado doméstico e pela demanda externa.

Observa-se um crescimento menor no mercado interno do farelo do que no volume produzido, o que gera uma disponibilidade maior para exportação. O comportamento dos preços de soja em 2024 reflete tendências divergentes entre os valores negociados na Bolsa de Chicago e no mercado brasileiro. Observa-se uma queda de 20% nos preços na Bolsa de Chicago, enquanto os valores em Reais subiram 8%. Esse aumento interno é atribuído à desvalorização cambial e à elevação dos prêmios, que deram suporte aos preços domésticos. Apesar do atraso inicial no plantio, há boas perspectivas para a safra 2024/2025, com chuvas previstas nas próximas semanas, que devem acelerar o ritmo de semeadura e beneficiar o desenvolvimento das lavouras. O atraso no plantio não representa um risco para a produtividade; muitas vezes, pode até beneficiar a cultura ao aumentar a incidência de luz solar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.