19/Sep/2024
Segundo o Itaú BBA, o atraso nas chuvas previsto para ocorrer até a segunda quinzena de outubro pode comprometer o plantio da soja no Brasil, afetando diretamente o calendário da safra 2024/2025. As chuvas esperadas para o mês de outubro ocorrerão de maneira irregular, o que pode adiar o início da semeadura em regiões importantes, como Mato Grosso. Isso pode forçar os produtores a considerarem a migração de áreas para o algodão, uma cultura que pode se adaptar melhor ao atraso no regime de precipitações. O modelo europeu de previsão climática sugere que as frentes frias só devem se intensificar no fim de outubro, o que pode agravar o atraso no plantio da oleaginosa e reduzir a janela de plantio do milho 2ª safra de 2025, após a colheita da soja.
O milho 2ª safra de 2025 deve ser afetado pela janela de plantio mais curta, levando alguns produtores a migrarem áreas para o algodão, uma alternativa mais segura diante desse cenário climático. Apesar da incerteza climática, a perspectiva é positiva, desde que as chuvas ocorram em volume adequado até janeiro/2025. Isso poderia garantir uma boa safra de soja, apesar do atraso inicial no plantio. No entanto, o relatório alerta para as complicações logísticas geradas pelo clima seco, com os rios Paraná e Paraguai operando próximos de seus níveis mínimos, o que dificulta o transporte de grãos. Embora o impacto na soja ainda seja limitado, o milho já enfrenta dificuldades logísticas, com as barcaças operando com capacidade reduzida.
No mercado de soja, os preços já refletem essas incertezas climáticas. Após uma queda de 3,4% em agosto na Bolsa de Chicago, os preços começaram a se recuperar em setembro, impulsionados pelas preocupações com o atraso no plantio no Brasil e pela leve deterioração nas lavouras dos Estados Unidos. No mercado interno, os preços da soja no Porto de Paranaguá (PR) subiram 5% nos primeiros dias de setembro, alcançando R$ 140,00 por saca de 60 Kg, sustentados por um prêmio de exportação valorizado e pela desvalorização do Real. As exportações de soja do Brasil continuam fortes. Até agosto, o País embarcou 83,4 milhões de toneladas, 3,2% a mais do que em igual período de 2023.
A China permanece como o principal destino, responsável por 73% das exportações brasileiras. A demanda externa robusta, combinada com o prêmio de exportação e o câmbio favorável, deve continuar sustentando os preços da soja no Brasil. No entanto, o atraso no plantio pode aumentar os riscos para o mercado. Se as chuvas permanecerem irregulares, a janela de plantio da soja e do milho 2ª safra de 2025 pode se tornar crítica, o que afetaria o volume da produção e aumentaria os custos logísticos. Isso poderia levar a uma restrição na oferta, o que pressionaria os preços da soja tanto no mercado interno quanto no internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.