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09/Sep/2024

Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

A falta de chuva nas principais regiões produtoras de soja no Brasil e previsões indicando que não devem ocorrer precipitações elevadas para os próximos 15 dias vêm deixando os produtores em alerta, visto que esse cenário pode atrasar o início da semeadura na temporada 2024/2025. Diante disso, vendedores restringem os volumes ofertados no mercado spot nacional, ao passo que consumidores domésticos e internacionais disputam a aquisição de novos lotes. Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços domésticos estão sendo impulsionados. Tendo-se como bases o Porto de Paranaguá (PR) e o embarque da oleaginosa em outubro/2024, o prêmio de exportação da soja é ofertado pelo comprador em +US$ 1,45 por bushel e pelo vendedor em +US$ 1,70 por bushel. Na semana passada, as pedidas estavam na casa de +US$ 1,45 por bushel. Vale lembrar que, no mesmo período do ano passado, os prêmios foram ofertados em cerca de +US$ 0,50 por bushel.

A paridade de exportação indica preços maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos produtores em negociar grandes volumes no curto prazo. Ainda com base no Porto de Paranaguá (PR), a paridade de exportação de soja com o dólar futuro negociado na B3, é de R$ 147,31 por saca de 60 Kg para embarque em outubro/2024. Para 2025, a paridade de exportação é calculada em R$ 139,72 por saca de 60 Kg para fevereiro/2025; em R$ 136,56 por saca de 60 Kg para março/2025; em R$ 138,12 por saca de 60 Kg para abril/2025; em R$ 141,49 por saca de 60 Kg para maio/2025; em R$ 143,50 por saca de 60 Kg para julho/2025; e em R$ 144,26 por saca de 60 Kg para julho/2025. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço expressivo de 4,2%, cotado a R$ 140,66 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de significativos 4,3% nos últimos sete dias, a R$ 137,00 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam alta de 3,1% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 2,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A demanda externa está maior neste começo de setembro, mas os embarques caíram entre julho e agosto. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), saíram dos portos brasileiros 8,04 milhões de toneladas da oleaginosa em agosto, 28,5% a menos que em julho/2024, cerca de 4% abaixo do volume de agosto/2023 e a menor quantidade mensal desde fevereiro deste ano. Mesmo assim, na parcial de 2024 (de janeiro a agosto), as exportações de soja somam 83,44 milhões de toneladas, 3,21% acima do mesmo período de 2023 e um recorde. Os preços do farelo de soja também estão e alta, influenciados pela maior demanda, sobretudo externa. O farelo de soja registra valorização de 3,1% nos últimos sete dias. De julho para agosto, os embarques de farelo de soja cresceram 6,43%, totalizando 2,09 milhões de toneladas no último mês, a maior quantidade desde maio deste ano. Em comparação ao mesmo período de 2023, no entanto, os embarques caíram 11,7%.

Nos oito primeiros meses de 2024, o Brasil escoou volume recorde, de 15,45 milhões de toneladas do derivado, 1% a mais que o de período equivalente de 2023. A liquidez no mercado do óleo de soja está menor, devido ao enfraquecimento na demanda por parte de indústrias de biodiesel. Ainda assim, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra avanço de 0,9% nos últimos sete dias, a R$ 6.416,86 por tonelada. A demanda externa pelo derivado brasileiro também está menor. Os embarques de óleo de soja diminuíram 43,58% de julho para agosto e 42,29% entre agosto/2023 e agosto/2024, somando 105,74 mil toneladas no último mês. Trata-se, também do volume mais baixo desde fevereiro deste ano, período em que o Brasil havia exportado apenas 22,6 mil toneladas de óleo de soja. Na parcial de 2024 (de janeiro a agosto), os embarques de óleo de soja somam 857,1 mil toneladas, 51,3% inferiores aos de período equivalente de 2023 e os menores desde 2019, ainda de acordo com dados da Secex.

Os contratos futuros da soja e do farelo de soja estão em alta na Bolsa de Chicago, influenciados pelo clima desfavorável ao início do cultivo da safra 2024/2025 no Brasil (maior produtor e exportador mundial de soja) e pelo crescimento na demanda da China pela oleaginosa norte-americana. O contrato Setembro/2024 da soja apresenta valorização de 3,5% nos últimos sete dias, a US$ 10,08 por bushel. Para o farelo, o contrato de mesmo vencimento tem alta de 3,9% no mesmo comparativo, a US$ 353,51 por tonelada. O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja registra recuo de 2% nos últimos sete dias, a US$ 932,99 por tonelada, pressionado pela menor procura pelas indústrias de biodiesel. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques norte-americanos de soja cresceram 18,4% entre as duas últimas semanas e 21,8% em comparação com a semana equivalente de 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.