08/Aug/2024
"Estamos a caminho de colher uma safra recorde de soja" em 2024/25, disse Carlos Cogo, da consultoria Cogo durante o congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) na terça-feira (06/08) em São Paulo. Segundo ele, os anos de fenômeno La Niña têm um histórico de safras recordes e, passado o El Niño, esse resultado deve se repetir para a próxima safra. No contexto global, as projeções de safra da oleaginosa estão otimistas principalmente para as lavouras dos Estados Unidos, onde o clima colaborou para aumento da produção, apesar de 5% da área no cinturão da soja continuar sob efeitos da seca.
O outro lado da moeda, no entanto, é uma oferta superior à demanda, levando ao "maior estoque da história", com projeção de uma armazenagem final de 130 milhões de toneladas na safra 2024/2025. De acordo com Cogo, a tendência é de um ciclo de baixa dos preços da oleaginosa. A relação de estoque por demanda deve chegar a 32%. Isso equivale a 116 dias de reserva de soja no mundo, segundo a consultoria. A estimativa é de que os contratos futuros com entrega para 2025 e 2026 não voltarão a alcançar US$ 11 por bushel, como no início do ano. Para Cogo, no entanto, os prêmios nos portos brasileiros devem compensar os preços menores.
Além disso, a soja brasileira deve estar melhor posicionada que a americana no ciclo de preços baixos, uma vez que o valor para cobrir os custos totais de produção (breakeven) no Sul do Brasil é de US$ 9,23 e no Cerrado de US$ 9,35. Já os agricultores americanos precisam de um valor superior a US$ 16, podendo estimular a redução da área plantada nos EUA para reduzir estoques. A eleição do republicano Donald Trump nos Estados Unidos poderia, segundo Cogo, quebrar o ciclo de preços baixos, elevando o prêmio da soja nos portos em razão da retomada da guerra comercial com a China, um dos maiores importadores de grãos no mundo.
Fonte: Globo Rural.