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22/Jul/2024

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

Os preços e os prêmios de exportação do óleo de soja estão em alta no Brasil, impulsionados pela maior demanda, sobretudo de indústrias domésticas de biodiesel. O maior interesse comprador tende a absorver parcela da produção doméstica de óleo de soja, reduzindo o excedente exportável. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no contrato Agosto/2024 (na CME Group), o prêmio de exportação do óleo de soja para embarque em agosto/2024 passou de -US$ 0,48 centavos de dólar por libra-peso na ponta compradora, no dia 11 de julho, para -US$ 1,50 centavos de dólar por libra-peso agora. Na ponta vendedora, os prêmios saíram de -US$ 0,30 centavos de dólar por libra-peso no dia 11 de julho, para +US$ 1,50 centavos de dólar por libra-peso agora. Diante disso, o preço FOB do óleo de soja, no Porto de Paranaguá (PR), para embarque em agosto/2024 registra alta de expressivos 9,7% nos últimos sete dias, passando para R$ 5.899,05 por tonelada (sem ICMS).

No mercado brasileiro, o óleo de soja (posto em São Paulo, com 12% de ICMS), apresenta avanço de 2,2% nos últimos sete dias, indo para R$ 6.063,57 por tonelada, sendo o maior valor nominal desde 21 de março de 2023. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção brasileira de óleo de soja deve ser recorde, tanto na safra 2023/2024 (de outubro/2023 a setembro/2024) quanto na temporada 2024/2025 (de outubro/2024 a setembro/2025), ambas projetadas em 10,8 milhões de toneladas. Deste total, 9,15 milhões de toneladas devem ser consumidas pelo mercado doméstico na safra atual e 9,52 milhões de toneladas na 2024/2025. Vale ressaltar que 54,6% do consumo interno deve ser destinado à produção industrial em 2023/2024 e 55,64%, na temporada 2024/2025. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de biodiesel foi recorde em 2023, com potencial de ser ainda maior neste ano.

O consumo de óleo de soja pelas indústrias alimentícias, também, é projetado em volume recorde em ambas as safras, o que pode acirrar a disputa pelo coproduto nacional. Boa parte dos consumidores está adquirindo apenas pequenos lotes de farelo de soja, à espera de preços mais atrativos. Esses agentes estão atentos ao fato de a maior demanda por óleo de soja poder elevar a disponibilidade de farelo. Com isso, o derivado registra desvalorização de 1,3% nos últimos sete dias. Mesmo com a queda no preço do farelo de soja, a margem da industrial registra crescimento, favorecida pela valorização do óleo. Tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” tem avanço de 2,8% nos últimos sete dias, a R$ 533,29 por tonelada. Os preços da soja em grão estão sustentados pela valorização do dólar, com alta de 2,5% nos últimos sete dias. No entanto, as negociações são pontuais, apenas para completar cargas de navios nos portos.

Parte dos produtotes está capitalizada e sem interesse em negociar grandes volumes. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,8%, cotado a R$ 136,02 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra valorização de 0,4% nos últimos sete dias, a R$ 130,45 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços da oleaginosa estão oscilando, caindo 0,5% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas). A alta interna é limitada pela desvalorização externa. Embora o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tenha projetado, no relatório do dia 12 de julho, leve diminuição de 0,34% na produção de soja nos Estados Unidos, a oferta do país ainda deve ser a maior das últimas três temporadas, estimada em 120,7 milhões de toneladas da oleaginosa.

Segundo o USDA, até o dia 14 de julho, as lavouras consideradas boas ou excelentes nos Estados Unidos correspondiam por 68%, superior aos 55% de período equivalente de 2023. Em condições médias, estavam 24% das lavouras, abaixo dos 32% há um ano. Em condições ruins e muito ruins, estão 8% das lavouras de soja, ante os 13% de igual período da temporada passada. Além disso, as exportações de soja dos Estados Unidos estão 15,7% inferiores nesta temporada. Saíram dos portos norte-americanos 90,8% das 46,26 milhões de toneladas estimadas para exportação na safra 2023/2024, que se encerra no próximo mês. Diante disso, os preços da soja na Bolsa de Chicago registram os patamares mais baixos desde novembro/2020. O contrato Agosto/2024 da soja registra desvalorização de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 10,98 por bushel. Os contratos Agosto/2024 do farelo e do óleo de soja tem baixa 2,3% e 1,4%, respectivamente, nos últimos sete dias, com fechamentos de US$ 371,70 por tonelada e de US$ 1.024,04 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.