18/Jul/2024
O eventual retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos está aumentando a pressão de baixa sobre as cotações internacionais de soja e milho, que já estão no menor patamar em quatro anos. A volta de Donald Trump pode reacender a guerra comercial dos Estados Unidos com a China, afetando a demanda pelos grãos norte-americanos. Neste ano, a soja já caiu 20,11% na Bolsa de Chicago, e o milho recuou 18,23%, devido à perspectiva de oferta elevada nos Estados Unidos na safra 2024/2025. Se Trump voltar à presidência dos Estados Unidos, as cotações podem se depreciar ainda mais por causa da expectativa de uma nova guerra comercial entre os dois países. Essa guerra seria prejudicial para a soja norte-americana e, possivelmente, para o milho devido às críticas de Donald Trump ao México, um grande comprador de milho dos Estados Unidos.
Durante a presidência anterior de Donald Trump, ele impôs tarifas de 25% na importação de produtos chineses, levando a China a restringir produtos norte-americanos. Na época, o Brasil preencheu a lacuna deixada pelos Estados Unidos nas exportações de soja para a China, beneficiando-se da disputa comercial. Se uma nova guerra comercial estourar, o Brasil pode se beneficiar novamente. O Rabobank observa que a possibilidade de Donald Trump voltar ao poder ainda não foi precificada pelos investidores na Bolsa de Chicago. A China já vem reduzindo o ritmo de compras de soja norte-americana e aumentando as aquisições do Brasil e da Argentina. Independentemente do resultado da eleição, a tendência de queda dos preços já é uma realidade devido às previsões de alta produção nos Estados Unidos.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê uma safra de 120,70 milhões de toneladas de soja no ciclo 2024/2025, com um aumento de 6,5% em relação à temporada anterior e estoques finais aumentando 26,1%. No caso do milho, a expectativa é de uma leve queda na colheita, mas os estoques crescerão 11,7%. A queda nos preços também se deve ao aumento de 22% nas reservas de soja e milho dos Estados Unidos em relação ao ano passado, conforme o relatório de estoques trimestral do USDA. Após picos de preço em 2022 devido à pandemia de Covid-19, era esperado que os preços passassem por correções. Entretanto, fatores climáticos como o fenômeno La Niña ou a temporada de furacões podem reverter a tendência de queda se afetarem negativamente a produção norte-americana, assim como irregularidades climáticas que impactem o plantio da safra 2024/2025 no Brasil em setembro. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.