15/Jul/2024

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), diante de seca extrema que começou em 2023 e entrou em 2024 em Mato Grosso, a irrigação das lavouras se tornou a aposta para que o Estado chegue à terceira safra, passando de 300 mil hectares para 3 milhões de hectares irrigados em poucos anos. O ambicioso projeto está suportado por uma pesquisa de irrigação e mapeamento dos aquíferos do Estado, que está em andamento com a participação da Universidade do Nebraska, nos Estados Unidos, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e institutos estaduais. O edital para colaboração de institutos brasileiros foi divulgado em janeiro deste ano. Na época, a Secretaria informou que Mato Grosso tinha potencial de alcançar 1 milhão de hectares irrigados em dez anos. A previsão atual é de, pelo menos, o triplo de área.

Se for confirmado, o Estado estaria apto a fazer três safras de grãos. Hoje, são em torno de 300 mil hectares irrigados e há condições, acertando os financiamentos corretos e dando autoria da forma correta para preservar o meio ambiente, pode-se chegar de 3 milhões a 4 milhões de hectares de área irrigada em um curtíssimo espaço de tempo. Isso vai propiciar falar em 3ª safra e, quando tiver algum problema no regime de chuvas, como neste ano, será possível através da irrigação minimizar esses impactos da agricultura. Não há como garantir o intervalo temporal para o avanço, porque os estudos não estão finalizados, mas o impulso acontecerá em dez anos. Pelos próximos dois anos, a pesquisa vai custar R$ 7,5 milhões para o governo do Estado para mapear as bacias do Rio das Mortes e do Alto Teles Pires nessa primeira fase. A expansão só é possível com a irrigação do Estado e, para isso, parcerias com outros países, como a China, a fim de instalar multinacionais e fomentar concorrência na Região Centro-Oeste neste segmento, é interessante.

Sem Mato Grosso, teria uma crise mundial, pois o Estado produziu 45 milhões de toneladas de soja e 52,5 milhões de toneladas do milho na safra de 2022/2023. Até o momento, não há um cálculo de quanto seria os investimentos do Estado em irrigação. Contudo, já está sendo feito um trabalho com cooperativas e entidades para criar linhas de crédito específicas para financiar irrigação nos próximos anos. Mesmo com as consequências da estiagem e uma perda de 15 milhões de toneladas de soja e milho nesta safra, há otimismo e aceleração dos projetos de ampliação da produção por entre cerca de 10 milhões de hectares de áreas de pastagem degradadas. Mato Grosso tem condições de dobrar produção nos próximos dez anos sem derrubar nenhuma árvore e a irrigação faz parte desse projeto. O salto em produção dependerá do uso estratégico da água no Estado. fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.