11/Jul/2024

As decisões sobre investimentos da Basf no Brasil dependem do crescimento regional. A agroquímica alemã está aumentando na planta de Guaratinguetá (SP) a capacidade de produção de metilato de sódio, catalisador para a produção de biodiesel, em 10 mil toneladas, para um total de 90 mil toneladas por ano, conforme anúncio feito globalmente. A empresa não informou o valor do investimento. O driver para aumentar a capacidade da planta é a previsibilidade dada pelos aumentos de mistura do biodiesel no Brasil, uma referência às diretrizes da resolução 16/2018 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), com um cronograma mandatório de mistura de biodiesel ao diesel de fonte fóssil. Apesar da interrupção durante a pandemia de Covid-19, a progressão da mistura foi retomada em abril de 2023, quando o teor de biodiesel no diesel subiu de 10% para 12%. Em março de 2024, a proporção foi ajustada para 14%, o B14.

A expectativa é de que a demanda cresça nos próximos anos, considerando a adição de 1% do biocombustível ao ano até chegar aos 15% em 2026. Além da determinação do CNPE, outro motivador para o aumento na produção fabril é o projeto de lei Combustível do Futuro, em tramitação no Senado. Caso aprovado, a presença do diesel de origem vegetal a cada litro vendido nas bombas pode dobrar, dos atuais 14% para 28%. Ainda que as questões legislativas tenham motivado a decisão da Basf, a empresa já tinha como ponto de atenção a tendência no aumento do uso de biocombustíveis, levando em consideração fatores como sustentabilidade e diminuição nas emissões de CO2. Outro fator levado em conta é a localização da planta no interior de São Paulo, com a proximidade tanto de produtoras de biodiesel quanto do Porto de Santos (SP). Além da Alemanha, o Brasil é o único País que tem uma fábrica de metilato de sódio.

A planta da Basf é a única que produz a matéria-prima em território nacional. O metilato pode ser incluído nas operações de barter com créditos de descarbonização (CBios). A primeira operação de troca foi feita recentemente com o grupo produtor de biodiesel Olfar para insumos agrícolas e que incluiu, de forma inédita, o metilato de sódio. Na operação, a Olfar transferiu o montante de CBios vendido na B3 para a Basf, em troca do fornecimento dos insumos. Foi incorporado todo o conhecimento da Basf no mundo agro para oferecer novos serviços e inovação. Basicamente, a Basf está fechando um círculo; o insumo necessário para a produção de biodiesel é de alguma maneira pago através da renda gerada pelo crédito de carbono. Ao todo, a Basf tem 16 unidades produtivas da América do Sul, sendo 8 no Brasil. As vendas no continente em 2023 corresponderam a 4,8 bilhões de euros, com 3,7 bilhões de euros vindos do País. No mundo, a Basf teve no ano passado um faturamento de 68,9 bilhões de euros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.