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08/Jul/2024

Tendência de preços sustentados da soja no Brasil

Os preços da soja estão em alta no mercado doméstico, impulsionados pela firme demanda internacional pelo produto brasileiro e pela valorização externa. Além disso, uma parcela de produtores está resistente em comercializar grandes volumes, na expectativa de que a taxa cambial elevada continue favorecendo as exportações e, consequentemente, os preços do grão no Brasil. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta 2,4%, cotado a R$ 142,63 por saca de 60 Kg. Em junho, a média foi de R$ 138,92 por saca de 60 Kg, a maior deste ano, em termos reais (IGP-DI, de maio), e 2,1% acima da média de maio. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2,7% nos últimos sete dias, a R$ 137,60 por saca de 60 Kg.

A média de junho, de R$ 133,98 por saca de 60 Kg, também é a maior do ano, em termos reais, e superou em 2,4% a de maio. Nos últimos sete dias, os preços da oleaginosa registram alta de 1,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). De maio para junho, as altas foram de 2,3% e de 2,8%, respectivamente. O movimento de alta nos preços internos da soja acaba sendo reforçado pela valorização do óleo de soja. Por sua vez, os preços do óleo são influenciados pela alta externa e pela maior demanda doméstica, sobretudo para a produção de biodiesel. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra alta de expressivos 5,1%nos últimos sete dias, indo para R$ 5.918,03 por tonelada. Em junho, o valor médio do óleo de soja, de R$ 5.558,78 por tonelada, foi o maior desde março/2023, em termos reais (IGP-DI, maio/2024); sendo também 8,6% superior ao de maio/2024 e 11,2% acima do de junho/2023.

Os preços do farelo de soja estão enfraquecidos, devido à cautela dos consumidores domésticos. Nos últimos sete dias, os preços do farelo de soja registram recuo de 0,9%. Entre as médias de maio e de junho, observa-se forte alta de 5,2%. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações da soja totalizaram 13,95 milhões de toneladas em junho, um recorde para o período e 3,84% acima do volume escoado em maio/2024. No primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou 64,13 milhões de toneladas de soja, um recorde para o período e 2,2% superior ao volume escoado em período equivalente de 2023. A China foi destino de 72% da soja escoada pelo Brasil. Vale ressaltar, também, que os embarques do Brasil para a Turquia, Venezuela, Itália, Malásia, Guiana, Costa Rica e Alemanha já estão acima dos registrados em todo o ano de 2023. Os embarques do farelo de soja somaram 2,09 milhões de toneladas em junho.

Embora este volume seja 0,7% abaixo do escoado em maio/2024, ficou 4,2% superior ao de junho/2023. No acumulado do primeiro semestre, as vendas externas somaram 11,5 milhões de toneladas de farelo de soja, um recorde para o período, sendo 6,5% acima da quantidade exportada no primeiro semestre de 2023. A Indonésia e a Tailândia seguem como os principais destinos do derivado brasileiro. Quanto ao óleo de soja, em junho deste ano, o Brasil exportou 125,9 mil toneladas, 16,8% acima da quantidade de maio/2024. Porém, no primeiro semestre deste ano, os embarques foram 59,2% inferiores aos do mesmo período de 2023, totalizando 563,9 mil toneladas, a menor quantidade para o período desde 2013. A diminuição nos embarques do óleo de soja está atrelada à menor demanda da Índia pelo derivado brasileiro.

Os contratos futuros do complexo soja registram significativas altas na Bolsa de Chicago, impulsionados pela maior demanda externa, devido ao recuo do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. Na Bolsa de Chicago, os primeiros vencimentos da soja e do farelo de soja apresentam valorização de 2,1% e 2,6% nos últimos sete dias, respectivamente, indo para US$ 11,76 por bushel e a US$ 408,40 por tonelada. De maio para junho, houve baixa de 3,6% para o grão e de 1,9% para o farelo. O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja, por sua vez, tem avanço de expressivos 11,7% nos últimos sete dias, a US$ 1.071,44 por tonelada, este é o maior valor desde 8 de abril. Na média de junho, por sua vez, o contrato de óleo de soja teve desvalorização de 1,4%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.