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01/Jul/2024

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

Poucos são os agentes ativos no mercado spot de soja. Enquanto parte dos consumidores se mostra abastecida para o médio prazo, muitos produtores evitam comercializar grandes volumes. Esses vendedores estão atentos à valorização do dólar frente ao Real, que tende a atrair os importadores para o Brasil. Outro fator que reforça a retração de agentes é o fato de o sindicato de indústrias esmagadoras de soja na Argentina ter anunciado greve na quinta-feira (27/06), contexto que pode redirecionar a demanda internacional ao Brasil nos próximos dias. Quanto aos preços, se mantêm firmes, sustentados pela valorização do dólar. Entre 20 e 27 de junho, a moeda norte-americana avançou 1,6%. No dia 26 de junho, o dólar atingiu R$ 5,51, o maior patamar desde 18 de janeiro de 2022.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,3%, cotado a R$ 139,32 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra leve avanço de 0,02% nos últimos sete dias, a R$ 133,94 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas) registam leve alta de 0,2%. A alta no mercado doméstico é limitada pelas expectativas de estoques elevados no Brasil. Ainda há lotes da safra passada armazenados. E, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o estoque inicial na temporada 2023/2024 no Brasil foi recorde, de 36,81 milhões de toneladas.

Esse cenário pressionou os prêmios de exportação no País. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em julho/2024, o prêmio de exportação da soja apresenta baixa nos últimos sete dias. Para o embarque em agosto/2024, a queda foi intensa: o comprador passou de +US$ 0,47 por bushel na semana passada para +US$ 0,40 por bushel agora. Os preços do óleo de soja estão em alta no mercado doméstico, impulsionados pela firme demanda nacional. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra valorização no preço médio de 1% nos últimos sete dias, a R$ 5.630,96 por tonelada. Porém, a “crush margin” sofre pressão da desvalorização do farelo de soja. A queda na cotação desse subproduto está relacionada às baixas demandas externa e doméstica. Parte dos consumidores locais adquiriu volumes para consumo de 15 a 30 dias e está ausente de novas aquisições.

Nos últimos sete dias, os preços do farelo de soja apresentam recuo de 1%. Com isso, tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” tem queda de 1,9% nos últimos sete dias, a R$ 525,30 por tonelada. Os preços externos estão pressionados pela baixa demanda pela soja norte-americana. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do USDA divulgado em 24 de junho, embora os embarques da última semana tenham avançado 0,3% frente aos da semana anterior, na parcial desta temporada, as exportações estão 16,2% menores que as do mesmo período da safra passada. Além disso, a semeadura de soja segue para a reta final nos Estados Unidos. As recentes chuvas prejudicaram as atividades de campo na semana passada, resultando em piora nas condições das lavouras. Ainda assim, de acordo com o relatório de acompanhamento de safra do USDA, 97% dos 34,6 milhões de hectares haviam sido semeados até o dia 23 de junho, apenas 2% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado.

Da soja implantada, 67% apresentavam condições entre boas e excelentes, acima dos 51% há um ano. Em condições médias, estavam 25% das lavouras, contra os 35% registrados em período equivalente de 2023. Em condições entre ruins e muito ruins estavam 8% das lavouras, também abaixo dos 14% na safra passada. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 da soja registra desvalorização de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 11,52 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja apresenta recuo de 1,1% no mesmo período, a US$ 958,78 por tonelada. O preço futuro do farelo de soja é impulsionado pela maior demanda externa. O contrato Julho/2024 do farelo de soja acumula alta de 1% nos últimos sete dias, indo para US$ 398,04 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.