ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Jun/2024

RS aumentou venda de soja grãos no mês de maio

As exportações de soja do Rio Grande do Sul aumentaram tanto em volume quanto em valor em maio, mesmo com as enchentes que devastaram partes do Estado. O mês é o primeiro completo sob efeito das cheias. As vendas para o exterior de óleo de soja e de resíduos do grão, porém, desabaram. As quedas passam de 60%. Comparando informações sobre maio de 2023 e maio de 2024 da plataforma ComexStat, mantida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que divulga dados sobre exportações e importações brasileiras, as exportações de soja, mesmo triturada, exceto para semeadura, na nomenclatura comum do Mercosul, tiveram o segundo maior aumento absoluto em valores vendidos no período, atrás apenas do tabaco.

Tanto em maio de 2023 como em maio de 2024, a soja foi o produto mais exportado do Rio Grande do Sul. Em maio de 2023, o Estado faturou US$ 310 milhões com vendas externas de 596 mil toneladas de soja. Em maio de 2024, o faturamento subiu 16,2%, para US$ 361 milhões. Em volume, o avanço no mês passado em comparação com maio de 2023 foi de 41,7%, para 845 mil toneladas. Em relação aos derivados farelo e óleo de soja, denominados, na plataforma do ComexStat, como "bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja" e "óleo de soja, em bruto, mesmo degomado", houve forte redução no valor absoluto exportado em maio pelo Rio Grande do Sul. A diminuição seria explicada por fatores externos, e não pelas enchentes ou por dificuldades logísticas.

Na aba "bagaços e outros resíduos", o Rio Grande do Sul exportou, em maio, o equivalente a US$ 72 milhões e 185 mil toneladas, recuo de 61,5% no valor (em maio de 2023, foi de US$ 188 milhões) e de 48% no volume (356 mil toneladas em maio de 2023). Quanto ao óleo de soja, o Estado embarcou ao exterior 62,7% menos em volume, 24 mil toneladas em maio de 2024, ante 64 mil toneladas, em maio/2023, e faturou 65,7% menos, ou US$ 22 milhões, ante US$ 65 milhões em maio do ano passado. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) explica que, ao menos em parte, a queda nos embarques externos dos derivados é a volta da Argentina, principal exportador global de farelo de soja, ao mercado externo, após a forte estiagem que atingiu as lavouras da oleaginosa em 2022/2023 e quebrou mais de 50% da safra.

Diante disso, não só o Rio Grande do Sul, mas o Brasil, tomou o espaço da Argentina na exportação do derivado no ano passado. Agora, com a volta do país vizinho ao mercado global, naturalmente as vendas externas do Brasil recuaram, incluindo as do Rio Grande do Sul. Uma parte dessa explicação para a queda nas exportações de óleo e farelo de soja pelos Rio Grande do Sul, senão toda, tem a ver com a seca do ano passado na Argentina. A perda de produção argentina abriu espaço para o Rio Grande do Sul e o Brasil. Em relação ao grão de soja, cujas exportações do Rio Grande do Sul cresceram expressivamente em maio, a Farsul lembrou que, na safra passada, o Estado sofreu uma forte seca, o que colocou as exportações em patamar mais baixo.

Agora, mesmo com as enchentes, as lavouras tiveram perdas menores. Além disso, com um sistema de armazenagem robusto, o Rio Grande do Sul já estava com a maior parte da safra colhida guardada antes das enchentes, e boa parte já estava no porto. Para a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o aumento das exportações de soja pelo Rio Grande do Sul foi possibilitado porque o tempo firmou depois de semanas de chuva, facilitando o embarque do produto no Porto de Rio Grande, o principal terminal do Estado para embarque da oleaginosa.

A sequência de dias bons está compensando e vai compensar mais. Junho vai ter um acréscimo grande. É escoamento, não é produção. A próxima safra de soja do Rio Grande do Sul será afetada por causa das enchentes, mas isso não interfere nos números de agora. Os problemas maiores no Rio Grande do Sul foram de abastecimento dos navios, porque o navio que vai abastecer precisa encostar no navio grande. Havia Tinha um pouco de ‘marola’, e essa operação foi dificultada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.