10/Jun/2024
Os preços da soja seguem em queda no mercado internacional nesta semana, pressionados pelo clima, que tem favorecido o desenvolvimento da cultura e o avanço da semeadura, e pela demanda enfraquecida. Apesar disso, no Brasil, os valores se mantiveram firmes, sustentados pela valorização de 1% do dólar frente ao Real e pela elevação dos prêmios de exportação. No mercado spot nacional, os negócios estão lentos. Enquanto os vendedores seguem retraídos, à espera de preços maiores, os compradores aguardam que as desvalorizações externas sejam repassadas ao Brasil. Além disso, agentes também estão atentos aos possíveis impactos para os preços e comercialização da edição da Medida Provisória nº 1.227 de 4 de junho de 2024, que promove restrições ao ressarcimento do PIS e Cofins.
Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,5%, cotado a R$ 138,47 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 133,45 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, são observadas pequenas quedas de 0,1% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No mercado de derivados, as cotações do farelo de soja acompanham a desvalorização externa. A baixa no preço do farelo é de 0,9% nos últimos sete dias.
Para o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), há avanço de leve 0,03% nos últimos sete dias, negociado a R$ 5.332,13 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 da soja tem baixa de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 12,00 por bushel. Quanto aos derivados, os vencimentos Julho/2024 do farelo de soja e do óleo também apresentam baixa, de 0,2% e 2,6%, com respectivos fechamentos de US$ 399,91 por tonelada) e de US$ 977,74 por tonelada. No caso do óleo, a queda está atrelada à desvalorização do petróleo. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de soja somaram 13,45 milhões de toneladas em maio, 8,4% a menos que em a abril e 13,7% abaixo do volume de maio/2023.
Para o farelo, os embarques totalizaram 2,2 milhões de toneladas, contra 2,3 milhões de toneladas no mês anterior e 2,7 milhões de toneladas em maio/2023. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil havia colhido 98,8% da área da safra 2023/2024 até o dia 2 de junho, restando apenas os estados do Maranhão, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para finalizarem as atividades. Em Santa Catarina, a colheita havia alcançado 99% da área, mesmo percentual do ano passado. No Rio Grande do Sul, as atividades somavam 94% da área, contra 98% no mesmo período de 2023, conforme aponta a Conab.
A Emater-RS, por sua vez, indica que 96% da área havia sido colhida até o dia 6 de junho, abaixo dos 99% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita avança com o tempo seco, atingindo 92,2% da área até 5 de junho, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Nos Estados Unidos, as melhores condições climáticas permitiram o avanço dos trabalhos de campo. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 78% da área destinada à oleaginosa havia sido semeada até 2 de junho, acima dos 73% cultivados na média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.