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07/Jun/2024

Biodiesel: Vale avalia elevar a mistura ao diesel

A Vale avalia antecipar o aumento da mistura de biodiesel para 25% no diesel que abastece sua frota de caminhões. Testes de desempenho nos motores estão sendo realizados e uma decisão sobre a viabilidade dessa estratégia de descarbonização será tomada em nove meses. Hoje, o mandato legal do biodiesel exige 14% do combustível no diesel vendido por distribuidoras, porcentual que vai chegar a 15% em 2025 e, segundo o projeto de lei do Combustível do Futuro, em vias de aprovação no Congresso, deverá ser de 20% até 2030. Se a Vale aprovar os 25%, praticará mistura acima da obrigatória em qualquer cenário regulatório. Este pode ser um impulso mais imediato à estratégia de descarbonização da mineradora no curto prazo. A companhia pretende reduzir em até 33% as suas emissões de carbono até 2030 e chegar ao carbono neutro em 2050.

Isso não exigiria nenhuma adaptação ou troca nos motores dos caminhões, porque o biodiesel é 'drop in' (intercambiável com diesel). A Vale está fazendo os testes, que exigem muitas horas, para avaliar se há alguma limitação. Existem tecnologias alternativas aos combustíveis, mas nenhuma está madura para aplicação imediata em grande escala. Entre essas opções consideradas, pode-se citar o etanol, amônia verde, metanol e hidrogênio, que seguem no radar da Vale. A eletrificação da frota, inclusive para caminhões mais pesados, que carregam mais de 250 toneladas, ainda é considerada, embora haja limitações dessa opção. Em estudo, o uso do etanol é um dos caminhos mais viáveis, porque há suprimento estabelecido e transporte consolidado no mercado, mas isso vai exigir adaptações nos motores para adequá-los ao combustível. A Vale já anunciou projeto com a Caterpillar nesse sentido.

As outras opções seguem consideradas, mas ainda envolvem riscos, sobretudo relacionados a toxicidade dos materiais. As novas tecnologias, inclusive eletrificação, devem ser aplicadas não só para os caminhões, como para as locomotivas da Vale e para os navios de empresas contratadas pela companhia. A mineradora projeta que vai investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas operações até 2030, o que inclui custos de adaptação da sua infraestrutura. As soluções avaliadas variam até US$ 100,00 por tonelada de carbono. As escolhas vão se basear na chamada curva marginal de abatimento. É considerado o investimento e custo de cada solução em comparação com o custo futuro da emissão de carbono. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.