26/Mar/2024

Segundo a Datagro, depois de 17 anos seguidos de renda dominantemente positiva para os produtores brasileiros de soja, a safra 2023/2024 corre o risco de ter resultados negativos para a maioria deles. Apesar do recuo nos custos de produção, houve também a queda expressiva nos preços das commodities, ficando a possibilidade de renda positiva atrelada ao bom desempenho na produtividade. Mesmo nos casos positivos, no geral, com desempenho inferior aos três últimos anos. A consultoria reduziu o potencial de produtividade média da safra 2023/2024 de 3.592 quilos por hectare da estimativa preliminar de julho de 2023 para os atuais 3.233 quilos por hectare. E com viés de baixa no próximo levantamento.

Caso se confirme, o desempenho seria 10% inferior aos 3.589 quilos por hectare do recorde alcançado na safra 2022/2023. Apesar do bom nível tecnológico, a irregularidade de chuvas provocada pelo El Niño foi um dos principais fatores prejudiciais para o rendimento do grão. Destaque para a retração nos custos operacionais de produção em Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, líderes nacionais na produção da oleaginosa. No entanto, tal recuo acontece sobre uma base muito elevada, depois dos fortes aumentos registrados nas safras 2021/2022 e 2022/2023.

Esse é o segundo fator fundamental para a definição da renda desta temporada, e o único positivo aos ganhos dos produtores. De saldo, fica a diminuição de gastos com insumos e alguma retração no padrão da taxa de câmbio na temporada, mas, por outro lado, o aumento expressivo nos custos fixos. Em relação à receita, levando em conta os três fatores considerados como principais (Bolsa de Chicago, prêmios de exportação e taxa de câmbio), a sinalização inicial aponta preços domésticos abaixo dos excepcionais observados de 2020 a 2023, retornando para níveis aquém da média. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.