29/Jan/2024

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa na sexta-feira (26/01), refletindo uma maior estimativa para a safra da Argentina. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires elevou sua projeção de 50 milhões de toneladas para 52,5 milhões de toneladas. O ajuste foi motivado pelas boas condições das lavouras e pela elevação, em novembro, da estimativa de área plantada. Porém, serão necessárias mais chuvas nas regiões de cultivo.

A previsão para as próximas semanas, no entanto, é de clima quente e seco na Argentina, o que ajudou a limitar as perdas. O vencimento março da oleaginosa perdeu 13,75 cents (1,12%), e fechou a US$ 12,09 por bushel. Na semana passada, acumulou perda de 0,33%. O plantio de soja no país alcançou na última semana 98,4% da área projetada, de 17,3 milhões de hectares e 92% da safra apresentava condição entre normal e excelente, queda de 6% ante a semana anterior.

De acordo com vários analistas, a recuperação da produção na Argentina, após uma quebra de mais de 56% no ciclo anterior, deve compensar a safra abaixo do esperado no Brasil. Além da perspectiva de oferta confortável na América do Sul, o mercado vem sendo pressionado pela fraca demanda externa pelo grão norte-americano. Traders aguardavam possíveis vendas avulsas para a China, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter anunciado uma venda de 297 mil toneladas para o país asiático no dia 19 de janeiro.

A expectativa, porém, não se confirmou, e a percepção é de que os chineses estão aguardando a chegada da soja brasileira ao mercado. Segundo a S&P Global Commodity Insights, criadores de suínos na China estão relutantes em reduzir a ampla oferta, apesar das recomendações do governo para que o setor adote medidas para conter os prejuízos. Isso deve sustentar a demanda por farelo e ração no curto prazo. O USDA informou que exportadores relataram venda de 100 mil toneladas de farelo de soja do ano comercial 2023/2024 para destinos não revelados.