17/Jan/2024

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve alta nesta terça-feira (16/01). O mercado tentou uma reação após ter acumulado perda de 5,7% em janeiro até a última sexta-feira (12/01). A estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) para a safra do Brasil, que foi bem inferior às outras previsões do mercado, também deu algum suporte. Os ganhos, porém, foram limitados pela perspectiva de oferta mais confortável nos Estados Unidos e no mundo. O vencimento março da oleaginosa ganhou 3,00 cents (0,25%), e fechou a US$ 12,27 por bushel.

A Aprosoja Brasil afirmou que a safra brasileira deve chegar a, no máximo, 135 milhões de toneladas, a partir de dados coletados pelas 15 associações de produtores (Aprosoja) estaduais. A entidade afirmou que o número é bem menor do que os que têm sido divulgados por instituições e empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior. Os dados levam em consideração o estresse hídrico nos Estados da Região Centro-Oeste e o excesso de chuvas em algumas áreas desses mesmos Estados, o que dificultou a colheita.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou suas estimativas de produção e estoques domésticos em 2023/2024, e os dados vieram acima das expectativas de analistas. Para o Brasil, o USDA reduziu em 4 milhões de toneladas sua projeção de produção, mas o número de 157 milhões de toneladas ainda ficou acima do esperado pelo mercado e da estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além disso, a previsão para a safra da Argentina foi aumentada de 48 milhões para 50 milhões de toneladas.

A oferta mais confortável significa que na próxima safra a margem de manobra será maior para lidar com questões climáticas. Os preços de soja na Bolsa de Chicago ainda podem cair mais 50 cents, para cerca de US$ 11,50 por bushel. O mercado também foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) informou que o Brasil deve embarcar entre 1,7 milhão e 1,9 milhão de toneladas de soja em janeiro.