11/Jan/2024

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os efeitos do clima adverso provocados pelo El Niño ainda podem se refletir sobre as estimativas da safra brasileira de soja 2023/2024. A produtividade média estimada das lavouras foi reduzida para 3,431 toneladas por hectare, diante dos eventos climáticos observados, principalmente na Região Centro-Oeste. Em virtude da grande variabilidade dos estágios de desenvolvimento, a influência dos extremos climáticos ainda poderá ser sentida nas lavouras de soja. A produção nacional de soja na safra atual é estimada em 155,27 milhões de toneladas, representando uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas, mas ainda 0,4% superior ao colhido na temporada anterior.

Os extremos climáticos provocados pelo El Niño causaram excesso de chuvas nas Região Sul e escassez na Região Centro-Oeste. Isso trouxe desafios aos produtores na implantação e na realização dos tratos culturais. O índice de vigor reduziu em relação à safra passada e à média de cinco anos. Chuvas neste momento são benéficas às lavouras de soja. Até o dia 7 de janeiro, 98,6% da área de soja havia sido semeada no País, com 0,6% da área plantada já colhida. Parte da antecipação da colheita deve-se ao excesso hídrico que levou ao encurtamento do ciclo. Os modelos meteorológicos apontam que as condições do fenômeno climático El Niño devem se manter até o fim do verão da safra atual. Há uma probabilidade de 90% para manutenção das condições até a safra de verão.

A maioria dos modelos climáticos indica que o El Niño pode atingir sua maior intensidade entre janeiro e fevereiro com possibilidade de enfraquecimento nos meados do outono de 2024. A produção do ciclo atual foi afetada pelos extremos climáticos do El Niño, que causaram excesso de chuvas na Região Sul e déficit hídrico nas Regiões Centro-Oeste e Norte/Nordeste. Para este mês, a tendência é de maior disponibilidade hídrica nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste e de redução de chuvas na Região Sul, para nível normal ou abaixo do normal para janeiro. Há tendência também de recuperação da umidade do solo nas Regiões Norte e Nordeste. Para o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) há previsão de chuvas acima da média neste mês. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.