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22/Dec/2023

Preços da soja recuam com futuros e dólar em baixa

No mercado interno de soja, com as quedas dos futuros em Chicago e do dólar no Brasil, os preços recuaram entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg. O dólar à vista fechou em baixa ante o Real nesta quinta-feira (21/12), novamente abaixo dos R$ 4,90, na esteira da queda firme da moeda norte-americana no exterior e com as cotações também refletindo certo otimismo dos investidores com a economia brasileira, após avanços da pauta do governo no Congresso. O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8880 na venda, em baixa de 0,48%. Em dezembro, a moeda norte-americana acumula queda de 0,56%. Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em queda nesta quinta-feira (21/12), pressionados pelo recuo do petróleo no mercado internacional e pela previsão de chuvas no Brasil e na Argentina. O vencimento março/2024 caiu 14,00 cents (1,06%) e fechou a US$ 13,01 por bushel. As chuvas esperadas para áreas de cultivo brasileiras pressionaram as cotações da soja.

As chuvas bem-vindas impactam as áreas mais secas do Norte do Brasil durante o fim de semana. A pressão esperada sobre a colheita brasileira devido a condições climáticas adversas tem sido o principal fator a impulsionar o comércio recentemente. As melhores perspectivas na Argentina também concentram as atenções. Se o país atingir produção de 50 milhões de toneladas, poderá compensar as perdas brasileiras. Os traders de soja na Bolsa de Chicago parecem deixar um pouco de lado a situação da safra brasileira 2023/2024 e voltam, agora, para a demanda pela oleaginosa dos Estados Unidos, as compras chinesas e também a safra na Argentina. A mudança de foco ocorre porque mesmo que as condições climáticas no Brasil sigam adversas para a soja, os danos às lavouras ainda não são percebidos como suficientes para trazer aperto, pelo menos neste momento, aos estoques globais. Desta forma, o mercado começa a fazer contas sobre demanda do grão e a disponibilidade em outros países.

Em relação à Argentina, empresas privadas estimam uma colheita de 50 milhões de toneladas de soja. Com os impostos de exportação igualados em 33% para farinha, óleo e grão, o país pode exportar até 12 milhões de toneladas da oleaginosa. Já o Paraguai e o Uruguai contribuem com mais 10 milhões de toneladas. Os estoques dos Estados Unidos entram nesta conta, na visão do mercado neste momento, caso haja uma quebra importante na safra brasileira. Se isso acontecer, a falta do grão brasileiro é suprida somente na safra nova dos Estados Unidos. Sobre a demanda chinesa, ainda há incertezas se a China segue importando quantidades consideráveis do grão norte-americano. Ainda é uma incógnita se o país está com estoques abastecidos ou, o que é mais provável, se está esperando a safra sul-americana para voltar ao mercado.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os preços da soja estão estáveis e, com a proximidade do fim do ano e do início da colheita da safra 2023/2024, produtores resolveram negociar o grão para esvaziar os silos, a preços de R$ 130 por saca FOB, com retirada imediata e pagamento no fim de janeiro, valor que se manteve nos últimos dias. Há produtores pedindo entre R$ 132 e R$ 133 por saca, em iguais condições, embora também saiam negócios por aqueles R$ 130. Em relação à soja futura, da safra 2023/2024, cuja colheita de variedades superprecoces já começou na região, a comercialização está travada. As tradings indicam entre R$ 123 e R$ 124 por saca FOB, com retirada em janeiro e pagamento em fevereiro. O preço de compra proposto para embarque em fevereiro cai para R$ 115 a R$ 116 por saca FOB, com retirada em fevereiro e pagamento em março. A seca afeta de maneira significativa as lavouras de soja na região. Cerca de 4% da área precisou ser replantada, e os agricultores que colhem soja precoce obtêm um rendimento máximo de 20 sacas por hectare.

Em anos normais, a produtividade da região atinge 60 sacas por hectare. Quem plantou a partir de 10 de outubro e conseguiu apanhar algumas chuvas pode alcançar no máximo 50 sacas por hectare. No entanto, a média geral provavelmente não ultrapassará 40 sacas por hectare. Apesar das pancadas pontuais de chuva nos últimos dias, a recuperação de algumas lavouras é vista como desafiadora. A chuva beneficiará principalmente a soja plantada mais tarde. A colheita da soja superprecoce, que está ocorrendo agora, foi antecipada devido à seca. A data esperada para a colheita era de 5 a 10 de janeiro, mas a falta de chuva fez com que as plantas secassem antes do tempo, resultando em poucos grãos nas vagens. No Estado de São Paulo, as negociações com a soja no mercado à vista esfriaram, e espera-se que voltem à ativa apenas no início do próximo ano. Há propostas de R$ 147 por saca CIF, com entrega em Santos e pagamento em janeiro de 2024.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.