01/Dec/2023

A XP Investimentos informa em relatório que os analistas percorreram recentemente uma das regiões mais secas de Mato Grosso. O Estado representa quase 30% da produção de soja e quase 50% da 2ª safra de milho no Brasil. O objetivo era calibrar as previsões para a safra 2023/2024. A principal conclusão é que ainda é prematuro assumir que haverá quebras de safra no ciclo 2023/2024. Há uma grande expectativa por boas chuvas em dezembro para ajudar no desenvolvimento das lavouras. A vegetação está em piores condições por causa do estresse térmico deste ano e da precipitação abaixo da média.

Mato Grosso recebeu entre 25% e 80% da chuva normal nos últimos 30 dias. Ainda assim, a produtividade da soja pode se recuperar se receber volumes consistentes de chuva, e a climatologia de dezembro prevê de 200 mm a 300 mm de chuva, mais do que a soja precisa, mas a distribuição geográfica e a consistência são mais importantes do que o volume total em um ano de umidade do solo ruim. Para o milho, a produção dependerá de chuvas em março e abril, mas, como ponto negativo, a 2ª safra de milho 2024 já perdeu seu potencial total de área.

Os agricultores estão acostumados a plantar milho fora do período ideal, mas a combinação de preços mais baixos dos grãos; margens reduzidas; replantio de soja; janela de plantio mais estreita; e expansão de culturas alternativas deverá levar ao milho perder uma parte da sua fatia na área agricultável na 2ª safra de 2024. A produtividade por hectare do milho é o dobro do da soja, portanto, perder área tem o dobro do efeito. A redução esperada na área pode não ser tão grande, pois não há mercado para culturas alternativas e os agricultores não deixarão campos ociosos, mas o clima tem limitado o crescimento da área de milho no Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.