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30/Nov/2023

Arco Norte: rota para exportação aos países árabes

Depois de criar parcerias sólidas com portos das Regiões Sul e Sudeste, a plataforma do governo de Dubai de incentivo ao comércio global, World Logistics Passport (WLP), busca no Arco Norte sua próxima rota para expansão de exportações de produtos brasileiros ao mundo árabe. Os embarques de grãos estão no centro dessa estratégia, assim como as frutas e outros produtos Halal do Brasil (que seguem os preceitos islâmicos em seu processo produtivo), como as carnes. Em missão do Ministério da Agricultura ao Oriente Médio, foi apresento ao governo de Dubai um projeto que visa a implementação de uma hidrovia do Arco Norte para escoamento até os portos da região. A WLP afirmou que certamente a plataforma teria interesse no projeto, visto que isso ajudaria a reduzir o custo de embarque de grãos aos Emirados Árabes. A WLP está aberta a qualquer parceiro que agregue valor à jornada logística. Mesmo que você seja multimodal, pode ser rodovia, pode ser fluvial.

Não é possível cravar quando uma parceria seria fechada porque isso ainda depende da definição sobre quais serão os investidores. O projeto prevê a implantação de 1,2 mil quilômetros de hidrovias pelos rios Tocantins e Araguaia. A despesa de transporte de 1 tonelada de soja por esse modal pode ser a metade do valor por caminhão até o Porto de Santos (SP), que chega a US$ 110,00 por tonelada. A Comissão de Infraestrutura do Senado já aprovou e agora falta entrar no orçamento da União de 2024. A Cãmara de Comércio Árabe-Brasileira afirmou que planos governamentais conhecidos como “Visões 2030” dos países do Golfo têm estimulado a produção local de alimentos, inclusive, de proteínas animais. Os países do Golfo, de forma geral, têm ampliado as compras de insumos produtivos, como produtos do complexo soja e milho, usados na alimentação de aves, caprinos, ovinos e bovinos. Esse movimento é considerado positivo, mas os exportadores brasileiros também querem continuar presentes nas categorias de valor agregado.

Os países do Golfo têm demanda, por exemplo, para alimentos de preparo rápido. Também há demandas para laticínios, frutas, vegetais, produtos orgânicos certificados e muitos outros. Outro movimento feito pela WLP no País foi uma parceria com a operadora de logística portuária e marítima Wilson Sons, que é responsável pelo Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon), na Bahia. A cooperação vai permitir maior agilidade, rapidez e menor preço para que os produtores parceiros consigam escoar suas produções via Bahia, o que reduz frete terrestre e marítimo, e o tempo de envio das cargas. Além disso, a WLP também assinou no mês passado um acordo com o Consórcio do Nordeste e a certificadora Fambras para incorporar os Estados da região na rota de desenvolvimento de mercadorias Halal. Atualmente, a região é responsável por apenas 3% das exportações aos Emirados. A expectativa é que o acordo ajude na qualificação principalmente de ovinos e caprinos.

A atuação de Dubai no Brasil, por meio da plataforma, visa a segurança alimentar e, além de atender a demanda interna por grãos, vai na direção de fazer com que o País funcione como um ‘hub’ de distribuição de produtos essenciais ao Oriente Médio, África e Ásia. Os parceiros da WLP têm prioridades no processo aduaneiro com linhas mais rápidas em portos e aeroportos, além de tarifas de movimentação reduzidas, como em um programa de fidelidade. A plataforma ainda conecta importadores e exportadores. A principal questão da WLP é facilitar o comércio, eliminar barreiras, remover burocracias que existem em qualquer embarque que se fizer de uma remessa transfronteiriça. Economias mesmo que de dois ou três dias nos processos logísticos podem representar algo grande para os negócios. Para se ter uma ideia do impacto da plataforma no comércio mundial, uma empresa exportadora de frango congelado parceira da WLP, por exemplo, consegue economizar US$ 1.020,00 em um contêiner de 40 pés. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.