ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Nov/2023

Azeite de Oliva: preços estão disparando no Brasil

Temperar a salada ou refogar legumes, entre outras atividades da cozinha, ficou mais caro para quem usa azeite. O preço do óleo vegetal disparou nos supermercados, com a inflação acumulada do produto em 12 meses chegando a 26,69%, segundo dados de outubro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É o maior patamar em sete anos. O aumento no preço médio do azeite no Brasil ocorre na contramão dos demais itens da cesta básica. No acumulado em 12 meses até outubro, a inflação oficial do País ficou em 4,82%, enquanto alimentos e bebidas registraram alta de apenas 0,48%. A má notícia para quem não dispensa azeite é que, talvez, o produto não tenha chegado ainda ao ápice do preço. Entre os fatores de pressão do custo estão questões climáticas, que têm afetado as plantações de oliveiras, impactos causados pela guerra entre Ucrânia e Rússia e a questão cambial.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) lembra que o conflito na Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022, foi um dos primeiros fatores para a disparada do preço do azeite, já que Ucrânia e Rússia são os maiores exportadores de óleo de girassol do mundo, responsável por cerca de 80% da produção global. Com a guerra, a escassez do produto acabou pressionando o preço dos demais óleos vegetais, como o azeite de oliva. Outro elemento que contribuiu para a disparada nos preços do produto no País foi o dólar. A volatilidade da moeda norte-americana em relação ao Real pressionou o preço do produto, já que a maior parte do azeite consumido no Brasil é importada. O câmbio já operou abaixo de R$ 4,80, mas também perto de R$ 5,20. Essa volatilidade se refletiu no preço dos produtos.

A produção local de azeite de oliva ainda é pouco expressiva, e não teve relevância na formação de preço do produto. O que o Brasil produz é apenas uma ‘franja’ de seu consumo. Com as sanções econômicas impostas à Rússia, maior produtora de defensivos agrícolas do mundo, o preço do fertilizante também subiu, encarecendo ainda mais a safra de azeitonas. Outro fator determinante na curva de preços do azeite é o aquecimento global e as ondas de calor extremo que atingem o planeta, incluindo os principais produtores do óleo vegetal, como Espanha, Itália, Grécia, França e Portugal. Como consequência, os produtores europeus enfrentam dificuldades para manter a produção de azeitonas, que sofrem com a seca e altas temperaturas.

Este ano, o El Niño mais forte do que de costume foi um golpe extra nas oliveiras, o que reduziu a safra. Ele ainda lembra que a situação é parecida com o cenário vivido no mercado nacional em 2015. Em 2015, o País também tinha problemas cambiais, além de uma seca forte causada, justamente, pela incidência do El Niño. Segundo o Conselho Internacional de Azeite de Oliva, o Brasil é o terceiro maior importador de óleo de azeite e azeite extravirgem, com 8% do volume, atrás dos Estados Unidos (35%) e da União Europeia (17%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.