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23/Nov/2023

Futuros de soja em baixa com realização de lucros

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em queda nesta quarta-feira (22/11), com movimento de realização de lucros após ganhos nas últimas sessões, e antes do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, celebrado nesta quinta-feira (23/11). A boa evolução do clima nas áreas agrícolas da Argentina, que recebem chuvas com maior regularidade, contribuem para a tendência baixista. O vencimento janeiro da oleaginosa recuou 20,75 cents (1,51%), e fechou a US$ 13,56 por bushel. Além disso, a desvalorização expressiva do petróleo nos mercados internacionais pode ter pressionado a oleaginosa, já que as refinarias têm menos incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. A pressão sobre o petróleo bruto é uma indicação de que os países da OPEP estão em desacordo em relação ao fornecimento mundial do petróleo.

O que provavelmente está acontecendo é que a Arábia Saudita percebeu que o mercado não está de acordo com a previsão da OPEP de um mercado petrolífero mais apertado no início de 2024. O movimento foi refletido nas quedas da soja e do milho, devido ao uso dessas matérias-primas na produção de biocombustíveis. As perdas na Bolsa de Chicago ainda podem ter sido limitadas pelo clima desfavorável no Brasil, com chuva em excesso na Região Sul e seca no Centro-Norte. O recuo do dólar ante o Real tende a impulsionar as cotações, desestimulando as exportações de produtores brasileiros. A Agroconsult reduziu sua estimativa inicial para a produção de soja no Brasil para 161,6 milhões de toneladas em 2023/2024, uma queda de 7,6% em relação à previsão inicial da consultoria, 169 milhões de toneladas. O fenômeno meteorológico El Niño atingiu regiões centrais do Brasil onde geralmente há expectativas de normalidade climática. Mato Grosso tem registrado replantio expressivo, especialmente nas regiões oeste e sudeste.

Ainda assim, o replantio e a expectativa de redução da produtividade não podem determinar uma quebra da safra. Não é possível dizer que a safra vai quebrar e nem que as perdas que tivemos até agora serão revertidas. As previsões catastróficas não consideram a situação das lavouras do Paraná, que estão indo muito bem, e do Rio Grande do Sul, que pode trazer boas notícias em relação à produção, apesar de as chuvas em excesso terem prejudicado o andamento do plantio e o desenvolvimento das lavouras. O anúncio de uma venda avulsa também deu suporte às cotações. Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 128 mil toneladas de milho do ano comercial 2023/24 para destinos não revelados, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). De acordo com dados compilados pela StoneX, mais de 4,8 milhões de toneladas métricas de soja foram vendidas do Brasil para a China em outubro, enquanto os Estados Unidos venderam apenas 228 mil toneladas para o país asiático no mesmo período, queda de quase 71% em relação ao mesmo período do ano passado.